Dia após dia a ficha vai caindo e nossos governantes vão acordando para a dura realidade que nos espera; um país que será devastado por uma pandemia ainda longe de ser controlada.
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Muito pior que o coronavírus é nossa classe políticaRicardo Kertzman: Até quando Bolsonaro irá espalhar sua estupidez?Bolsonaro apoia manifestação e provoca histeria coletiva A Imprensa precisa recuperar nossa confiançaCoronavírus: o novo mundo será muito melhorUma coisa são os países desenvolvidos, onde cerca de 2/3 da força de trabalho podem continuar suas atividades remotamente. Outra, dramaticamente diferente, são os países pobres e em desenvolvimento como o Brasil. A tia da barraquinha da praia; o pão de queijo quentinho no ponto de ônibus; o flanelinha gente fina…
Tardiamente, os governadores vão tomando as providências que já deviam ter tomado. Ainda sob o efeito anestésico paralisante da estupidez, o governo federal move-se à forma e semelhança do seu líder. Eu disse líder? Com exceção do ministro da saúde, lucidez e rumo são mercadorias tão escassas quanto luvas de borracha e máscaras protetoras.
O efeito dominó será inevitável. A falta de consumidores levará à bancarrota o camelô, a lojinha de rendas, a lanchonete, o restaurante, a loja de roupas. O desemprego retroalimentará o ciclo. A inadimplência aumentará o buraco. Estamos falando de um cenário apocalíptico. Comida e remédio custam o dinheiro que não circulará durante meses.
Sinceramente, não sei a extensão do que nos espera, e nem sei se quero saber. Mas que o figurativo presidente da república e os 27 governadores do País deveriam estar sentados, dia e noite, juntos em busca de soluções, isso deveriam. Mas seria esperar muito de um bando de egoístas mesquinhos, sempre preocupados com os próprios umbigos e seus partidos pinhados de puxa-sacos.
Isolados, descoordenados, encastelados em seus mundinhos medíocres, presidente e governadores trabalham na base do “cada um por si, Deus por todos”. O problema é que Deus é prudente! Tá quientinho lá no céu, e só dará as caras após o pior passar. Faz ele muito bem.