Sou neto de imigrantes judeus. Meus avô paterno era austríaco e minha avó, polonesa. Os maternos eram russos, ucranianos ou algo do gênero. Uma região conhecida como Bessarábia. Cresci ouvindo histórias pavorosas sobre pogrons e holocausto. Sempre me questionei sobre o tamanho do sofrimento deles e se seria, eu próprio, capaz de suportar o que suportaram.
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Fecho os olhos e só consigo pensar em coisas ruins. Penso na fragilidade da minha mãe, na saúde precária do meu sogro, na idade de risco da minha sogra. Penso na miséria que se abaterá sobre milhões de famílias sem emprego e sem renda, no Brasil e no mundo, após a passagem desse maldito vírus. Penso, penso e sofro bastante. Começo a me transportar para uma realidade que sempre temi. A da dor e da necessidade.
Eu não sei quanto tempo irá durar essa provação mundial. Tampouco a extensão das mortes e da devastação econômica. Com efeito, ninguém sabe. Mas um sopro de otimismo sempre me acerta os ouvidos. Não consigo não imaginar as novas tecnologias, os novos cuidados, as novas prevenções, a nova ordem mundial que surgirá após essa catástrofe.
O mundo jamais será o mesmo. Inteligência artificial, exército sanitário, reindustrialização do ocidente, conscientização do oriente, um mundo certo de que é um só.
Iremos assistir a uma rede estupenda de solidariedade se formar. Corporações gigantescas, como Amazon, Apple e outras mundo afora; bilionários como Bill Gates e Elon Musk, por exemplo; aqui no Brasil, os bancos riquíssimos e empresários do quilate de um Rubens Menin (MRV). Todos estarão juntos e imbuídos em minorar o sofrimento - que não será pouco - dos mais pobres em todo o planeta. Somarão esforços para reconstruir o mundo desolado e assustado que o novo coronavírus já nos deixou.
Ao menos essa é minha expectativa. Essa é minha esperança. E espero estarmos todos aqui para assistir. Amém.