(none) || (none)

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas Opinião sem medo

A Imprensa precisa recuperar nossa confiança

Toda crise abre oportunidades. Talvez essa pandemia possa vir a selar a paz entre imprensa e sociedade


22/03/2020 06:00 - atualizado 22/03/2020 09:30

(foto: AFP / Brendan Smialowski)

No começo de fevereiro, na Itália, 82% da população acreditavam que a imprensa exagerava nas notícias relacionadas à COVID-19. Agora, em março, o número inverteu e 28% ainda desconfiam do que chamam de mídia.

 

No Brasil, Estados Unidos e vários outros países pelo mundo, a imprensa vem sendo sistematicamente atacada por governos e governantes. Porém, não sem razão. A ideologização e interesse econômico dos principais grupos de comunicação do planeta tornaram grandes veículos espécies de panfletos políticos.

 

O populismo é uma praga que vem se alastrando pelo mundo. Com o auxílio luxuoso das redes sociais, populistas disseminam suas teorias e teses de fácil apelo e conquistam adeptos à velocidades supersônicas. No intuito - muitas vezes meramente político - de desmentir tais teses, a imprensa acaba inaugurando um torneio de caça, fornecendo motivo para reações ainda mais… populistas.

 

Vejamos nosso próprio exemplo: o principal telejornal do País, o JN da Globo, dedicou vários minutos de uma de suas recentes edições ao que chamo de “guerra das panelas”. Em pleno pânico generalizado (que ainda vai aumentar muito) pela pandemia do novo coronavírus, a Globo não abriu mão do seu combate ao governo. 

 

O espectador médio, menos atento e menos, digamos, capaz, neste momento faz a ligação direta entre fatos e guerra política e acaba misturando tudo que o Jornal noticiou, de forma adequada, sobre o vírus, no balaio de gato da rinha ideológica. Ou por outra: enxerga no noticiário, como um todo, exageros, mentiras e manipulações.

 

Outro exemplo que me ocorreu: recentemente, a Folha de São Paulo divulgou a fofoca que a primeira-dama, Michele Bolsonaro, estaria tendo um caso amoroso com um ministro do governo, acho que Osmar Serra. Na mesma página, havia dezenas de notícias verdadeiras e relevantes. Porém, como um vírus, bastou a fofoca para contaminar todo resto.

 

Demonizar a imprensa é péssimo, mas se tornou um esporte. E não só para os governantes populistas, mas para os “jornalistas amadores” da internet, grupo em que me incluo. Mas insisto: a culpa, em grande parte, é dela mesma. Há que ser o agente mais lúcido e preparado, deste embate, o conciliador desta guerra. À imprensa, cabe esse papel.

 

Em tempos dramáticos e incertos, como estes em que vivemos -- e viveremos por bons meses -- , confiar na imprensa é o mais acertado. Confiar na imprensa salvará vidas. Mas para isso ela terá de reconquistar a confiança perdida. Basta querer! Tenho certeza (e aqui falo por experiência própria) que estamos todos ávidos por isso. Precisamos todos disso. 

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)