Jornal Estado de Minas

Opinião sem medo

A pandemia do coronavírus e Jair 'Peter Pan' Bolsonaro


Em 1983, o psicólogo americano Dan Kiley (1912-2004) escreveu o best-seller “Peter Pan Syndrome: Men Who Have Never Grown Up”. Em tradução livre: Síndrome de Peter Pan: homens que nunca crescem.



Peter Pan era um jovem rapaz que se recusava a crescer. Personagem criado em 1911, pelo inglês James Matthew Barrie (1860-1837), o garoto não conseguia abandonar seu universo de fantasias e aventuras.

Segundo Dan Kiley, indivíduos adultos que possuem extrema dificuldade em assumir responsabilidades e tarefas proporcionais à idade, agindo constantemente de forma rebelde e inconsequente, são exemplos crassos de portadores desta síndrome. Por vezes, tornam-se agressivos e com comportamentos sociais inadequados.

Tais pessoas costumam agir por impulso e sem muita análise crítica dos fatos. Não raro, têm problemas de ordem sexual e afetiva, com sérias dificuldades em se relacionar com parceiros (as) e colegas de trabalho. Geralmente não conseguem ser bem-sucedidos profissionalmente, já que são especialistas em destruir as pontes que sustentam as boas relações corporativas.



Como se não fosse suficiente a lista de distúrbios psíquicos, os portadores da Síndrome de Peter Pan são também extremamente narcisistas. No ambiente familiar, social ou profissional, costumeiramente se isolam em um mundo próprio, rejeitando tudo o que se encontra ao seu redor. São igualmente incapazes de aceitar pensamentos e atitudes diversas, sem que isso lhes traga enorme carga de insegurança e desconfiança.

Jair Bolsonaro sofre visivelmente de vários distúrbios emocionais, de carência afetiva a uma falta de empatia que beira a sociopatia. Sexualmente falando, também não se encontra em pleno equilíbrio, ou não recorreria, com tamanhas frequência e baixeza, a piadas e atitudes homofóbicas. No plano cognitivo, então, melhor nem comentar.

Mas nada define tão bem o presidente quanto ser um legítimo portador da tal síndrome. Fosse vivo e Dan Kiley concederia a ele o Oscar como o melhor Peter Pan já vivido em carne e osso. 



Os episódios recentes envolvendo a negação da pandemia (medo), em que investe de forma feroz (insegurança) contra seu ministro da saúde Henrique Mandetta, ou surge assustado, acuado, em rede nacional de rádio e TV (imaturidade), demonstram claramente a tenra idade emocional e intelectual deste senhor de 65 anos de idade cronológica, mas de uns 10 a 12 de idade mental.

Nosso pobre Brasil encontra-se a mercê de duas doenças seríssimas: o vírus onipresente e a Síndrome de Peter Pan daquele que deveria trazer segurança e equilíbrio, nessa hora tão difícil para todos nós.