Jair Bolsonaro está simplesmente moendo a imagem do Brasil no exterior. E se você pensa que não tem nada com isso, é bom rever seus conceitos, pois está em curso todas as consequências que irá, ou melhor iremos sofrer.
O Brasil, por exemplo, foi o país que teve a maior desvalorização da moeda frente ao dólar, dentre todas as outras nações em desenvolvimento, desde o começo do ano. Até mesmo a Argentina, país que se encontra em moratória, não viu sua moeda depreciar tanto.
O dólar caro não afeta apenas a viagem à Disney da classe média e dos ricos, não senhor. Isso a COVID-19 já cuidou de fazer. Milhares de matérias-primas e insumos importados aumentaram de valor e tornaram os custos dos produtos locais muito maiores, com o consequente aumento de preços no mercado interno.
O mesmo ocorre com alimentos como açúcar, soja, carne, laranja e outros cotados em moeda estrangeira. Ah, o trigo importado tá nessa! Prepare o bolso, pois aquele pãozinho quentinho já está mais caro. Até porque, o gás de cozinha subiu bastante também.
Outro efeito perverso da depreciação da nossa imagem é a ausência de investimento externo no País. Todos sabem que não possuímos poupança interna nem capacidade de autofinanciamento. Para conseguirmos retomar o crescimento econômico ou mesmo construir escolas, hospitais, estradas etc, precisamos de dinheiro; de muito dinheiro. Hoje, não há capital “de fora” que arrisque pousar por aqui.
Cenário melhor não nos assiste o intercâmbio comercial, de turismo ou mesmo acadêmico e de pesquisas. Os Estados Unidos acabam de limitar o acesso dos brazucas ao seu território. E certamente serão seguidos por outros países que não desejam assistir a um recrudescimento no contágio do novo coronavírus em suas terras.
Publicações globais renomadas como The Economist, The Telegraph, Financial Times ou cadeias de TV e jornais americanos usam expressões como “líder vingativo” e “irresponsável” para se referir a Jair Bolsonaro. E alertam para o risco real do seu comportamento vir a “quebrar o Brasil”.
Nossa imagem já vinha extremamente desgastada por conta do descontrole das queimadas na Amazônia. Com a pandemia e a forma com que o presidente brasileiro vem se comportando, chegamos próximos ao fundo do poço em matéria de confiança e credibilidade internacionais.
Dessa forma, não só não contaremos com o fluxo trivial (mão dupla) de dinheiro, como também veremos limitados os movimentos de entrada e saída de estrangeiros, do Brasil, e de brasileiros, pelo mundo. Tudo graças a um presidente irresponsável, autoritário, negacionista e beligerante, que insiste em transformar o País em um pária internacional.
Desenhando: estaremos como o nome sujo no SPC mundial, e nossos passaportes receberão um enorme carimbo de “persona non grata”. Parabéns, presidente!