A quem interessa o anonimato em um país onde a liberdade de opinião e expressão não só são garantidas pela Constituição como praticadas de fato?
Não sou especialista em leis, e tampouco me aprofundei no texto da chamada “lei contra as fake news”, mas a grita contra a obrigatoriedade de identificação do usuário de redes sociais, em determinadas circunstâncias, me parece bastante ilógica e incoerente.
Não há de se falar em Estado policialesco quando tal medida servirá apenas, e se, em caso de crime. Ora, o mundo virtual não pode ser palco de garantia de anonimato a quem não deve tê-lo. E o argumento de possível perseguição política é de uma falácia atroz. Eu mesmo, que desço a borduna, sem dó, em políticos de matizes diversos, jamais fui perseguido por minhas opiniões, não raro bastante duras.
O bolsonarismo exacerbado acabou trazendo luz sobre essa questão. Não é só no mundo político que injúrias, difamações, ameaças e “fake news” correm soltas na internet. E mesmo na política, tal hedionda prerrogativa não é exclusividade dos bolsominions. Ao contrário. Nunca é demais lembrar que foram o PT e sua horda raivosa que inauguraram esse clima insuportável de guerra sem fim, onde o debate foi substituído por ofensas, e os fatos, por mentiras deslavadas.
Há um “canto” de uma torcida organizada do Galo, em que a turma grita: “bota a cara alemão; bota a cara alemão; então bota a cara, p…”. Eis aí a deixa para a lei! Quer divulgar notícias, memes e posts em série? Beleza. Mas… bota a cara, Alemão.