Jornal Estado de Minas

OPINIÃO SEM MEDO

Bolsonaro: A COVID presidencial não me vale um centavo

Conteúdo para Assinantes

Continue lendo o conteúdo para assinantes do Estado de Minas Digital no seu computador e smartphone.

Estado de Minas Digital

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Experimente 15 dias grátis

Quando o primeiro-ministro inglês, Boris Johnson, anunciou que testou positivo para o novo coronavírus, provavelmente alguns opositores até ensaiaram, ainda que veladamente, um “bem-feito”, por conta do comportamento inicialmente negacionista e sua tese de imunidade de rebanho. Porém, duvido que uma única viva alma, em todo o Reino Unido, tenha desconfiado do exame e colocado em xeque a doença do líder do Partido Conservador.



No Brasil, após o anúncio que Jair Bolsonaro havia contraído COVID-19, muito mais que espanto ou mesmo alarde, o que mais se viu e ouviu foram dúvidas e questionamentos a respeito da veracidade das informações, afinal “verdade” não é lá o forte desse pessoal. Além disso, não havia como não estranhar um exame realizado em nome do próprio presidente, já que os anteriores foram feitos com nomes inventados.

Bolsonaristas são pródigos em “fake news” e teorias conspiratórias as mais variadas, mas não são os únicos, não. Há muita gente por aí que acredita na planitude da Terra, na ineficácia de vacinas e até mesmo, pasmem, na inocência de um certo Luís Inácio. Assim, por que não desconfiar justamente de um mestre da mentira? Principalmente quando esse mestre imediatamente faz propaganda da insuportável (no sentido do debate) cloroquina?

Bolsonaro duvida da doença, do número de infectados e das mortes. Bolsonaro não acredita nem mesmo em seu próprio ministério da Saúde. Ora, se um negacionista nato pode, por que não poderiam eu, você e quaisquer outros? É triste constatar a ausência de credibilidade de um presidente e a vocação para a desconfiança de um povo. Contudo, um é causa e, o outro, efeito. Bolsonaro e a confiança que inspira estão para seus atos e palavras como Pinóquio, para suas mentiras.

“E daí? Não sou coveiro. Se morrer, morreu. Algum dia todos morrerão. É só uma gripezinha. Sinto muito pelos mortos, mas a economia tem que funcionar”. Seria impossível eu me lembrar de todas as frases de Jair Bolsonaro banalizando a epidemia do novo coronavírus, e se eu me lembrasse talvez faltasse espaço por aqui. Não aposto um centavo na doença do presidente e não aposto um centavo que não esteja (doente). Mas aposto todos os meus centavos que usará e abusará disso em prol da sua politicagem cretina de sempre.