O cenário eleitoral para a disputa da prefeitura de Belo Horizonte vai se cristalizando em um modorrento ajuntamento de nomes de pouco peso e expressão política, entremeado por dois ou três candidatos que poderão fazer algum tipo de frente ao atual prefeito da capital.
Tudo o mais constante, Alexandre Kalil será eleito ainda em primeiro turno, já que seus principais concorrentes, o deputado estadual João Vítor Xavier (Cidadania), Rodrigo Paiva (Novo) e Mauro Tramonte (Republicanos) não conseguem deslanchar nas pesquisas de opinião, e a pandemia de COVID-19 impossibilitará uma campanha eleitoral mais acirrada.
É sabido que o prefeito pretende abandonar a prefeitura em 2022 para tentar o governo de Minas, por isso o nome escolhido para compor sua chapa, como vice-prefeito, será fundamental. Os eleitores - e os adversários políticos - deverão estar muito atentos a isso, pois a escolha deverá ser levada em conta na hora do voto.
Kalil não é uma unanimidade e, particularmente, considero sua gestão muito ruim, mas o prefeito consegue a tal “conexão” com o povo, nos moldes que conseguia, por exemplo, Lula, e consegue Jair Bolsonaro. O populismo é uma praga que se alastra fácil no Brasil e a personificação dos candidatos é sempre decisiva junto ao eleitorado.
O ideal seria um rápido e forte arrefecimento no número de contágio (e de mortes) pelo novo coronavírus a fim de trazer a campanha eleitoral para a vitrine. Os demais candidatos poderiam expor e explorar as inúmeras falhas do prefeito, e tentar ao menos emplacar algum tipo de debate político, o que neste momento é impensável.
Como o número de eleitores indecisos (e desinteressados) é muito grande, não se pode cravar nada, por óbvio. E, como bons mineiros, tanto Kalil não deve comemorar, como os adversários, desistir. A nós, eleitores, os verdadeiros agentes de uma eleição, cabe acompanhar tudo de perto e decidir pelo melhor para a cidade e nossas vidas.