Jornal Estado de Minas

OPINIÃO SEM MEDO

100 mil mortos: a nossa sexta-feira mais triste

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Costumo dizer que essa maldita pandemia de coronavírus não veio com manual de instrução e que governos e governantes, em sua maioria, erram e acertam com a melhor das intenções. 





Do prefeito do menor município ao presidente da maior nação, por todo o planeta os líderes são pessoas erradas no momento errado. Suas decisões serão sempre contestadas e criticadas, com raríssimas e honrosas exceções.

Por aqui, não poderíamos estar entregues a nada pior que Jair Bolsonaro. Desde o início foi um negacionista beirando um psicopata. Desdenhou da doença, não cumpriu os protocolos de distanciamento e uso de máscara, promoveu aglomerações e jamais foi capaz de se solidarizar com as famílias das vítimas.

Para piorar, decidiu ser propagandista de uma droga sem qualquer eficiência comprovada, ao mesmo tempo em que não consegue, como governo, suprir os hospitais com anestésicos e respiradores. No Brasil, onde abunda a cloroquina, padece-se por fentanil, e o presidente conversa com as emas enquanto os brasileiros sufocam nas UTI’s.





O vírus não é culpa do Bolsonaro. As mortes por COVID-19 não são culpa do Bolsonaro. A falta de infraestrutura médico-hospitalar não é culpa do Bolsonaro. Mas o simbólico (e trágico) número de 100 mil mortos, talvez - e só talvez - pudesse ter sido evitado se tivéssemos, desde o início, um esforço governamental conjunto, coordenado pela União, de combate ao novo coronavírus.

Infelizmente, o presidente da República se isolou em seu labirinto terraplanista, afastou de si todos aqueles com alguma sobriedade e conhecimento científico, digladiou com os demais Poderes e decidiu, com o auxílio vergonhoso de outros políticos populistas, iniciar a campanha eleitoral de 2022.

Neste dia de luto, levo meu mais profundo respeito e votos de conforto a todos os enlutados, bem como o mais sincero desejo de pronto restabelecimento a todos os doentes.