O drama é de uma gravidade e barbaridade tamanhas, que sequer deveria ser discutido e publicizado. Mas se torna ainda pior quando um grupo de selvagens à toa, sem qualquer ligação com o caso, tenta sequestrar a dor e o horror inimagináveis por que passam a vítima e sua família, e arvora-se na condição de participante legítimo da situação.
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O Estado brasileiro derruba mais um inimigo O governo Bolsonaro já se tornou um governo velhoEleição municipal: Kalil com a faca e o queijo nas mãosA terrorista bolsonarista, codinome Sara Winter, em redes sociais divulgou o nome da criança e o hospital onde ela se encontra. Grupos anti-aborto seguiram para a unidade de saúde e tentaram invadi-la. Fico a me perguntar: 1) o que essa gente asquerosa tem com isso?; 2) como podem ser capazes de usar a dor de uma criança e sua família em proveito próprio?
A mim já é insuportável ter de aguardar um juiz - ou juíza - autorizar a interrupção de uma gravidez indesejada, fruto de uma violência desumana, que não bastasse a causa, ainda expõe a criança ao risco da própria vida. Imagine, então, submeter tal catástrofe aos conceitos (e preconceitos) ideológicos de um bando de desocupados imorais.
O sofrimento dessa criança é brutal e será sentido pelo resto da sua vida. Como o de seus pais, coitados. Ao invés de apoio, solidariedade, respeito e carinho, as vítimas dessa desgraça colhem ainda mais violência dessa turba indomesticada, movida por dogmas religiosos e morais que desejam impor, na marra, a quem tanto está sofrendo.
Essa tal Winter e todos da sua laia não merecem compartilhar uma sociedade civilizada. Não são pessoas muito diferentes de estupradores. Apenas usam métodos e possuem motivos diferentes para praticar violência e opressão, sobretudo desrespeitar a individualidade e liberdade alheia. São selvagens que merecem cadeia. Como cadeia, perpétua e solitária, merece o animal que violentou a menina.
Que Deus conforte, de alguma maneira, essa pobre criança e sua família.