Artes e esportes combinam como peixe e salada. Ou cerveja gelada e torresmo, mais próximos ao meu cardápio, rs. Se bem que, em tempos de quarentena, ando muito mais para a dupla Bis e Coca-Cola. Vai ver por isso os quase três dígitos na balança. Será que cloroquina emagrece? Vou perguntar para o Bolso.
Atores, pintores, cantores, artistas e desportistas transformam força física, inteligência, coragem, dedicação, inspiração e sentimentos em músicas, quadros, danças, poesias, filmes, recordes e… gols! Rede, caixa, filó, casinha. Escolham o nome que mais lhes apetece. Para mim, sendo do Galo, o nome (do gol) tanto faz.
A banda Blitz, sucesso nacional nos anos 1980 e 1990, cantava a música “A Dois Passos do Paraíso”. Arlindo Orlando, um caminhoneiro da pequena e pacata cidade de Miracema do Norte, sumiu, desapareceu, escafedeu-se. Até o dia em que voltou para sua amada. Ah, Arlindo Orlando… O seio da amada é de fato o paraíso, não é mesmo?
Em tempo: se os (seios) da Mariposa Apaixonada de Guadalupe forem médios, firmes e voltados para o “infinito e além”, ajoelhe no milho e reze cumpadi, pois nem o genial, o insuperável, o adorado, o melhor personagem de todos os tempos, Buzz Lightyear, conseguiu chegar lá. Quem não sabe quem é o Buzz, melhor ler até o fim.
AGORA O GALO
Com campanha de campeão, o time comandado por Jorge Sampaoli, a cada rodada parece se tornar mais sólido e ciente do caminho a percorrer. Para melhorar, as carências no meio-campo e ataque têm a promessa de serem solucionadas em outubro, quando reabre a janela internacional de transferências.
Se confirmar o favoritismo atual e finalmente faturar o bi do Brasileirão, o Galo deixará para trás cinquenta anos de frustrações, injustiças, azar e uma incontável sucessão de eventos sobrenaturais, normalmente ocorridos nos minutos finais do segundo tempo, que resultaram na perda de cinco outros títulos nacionais, no mínimo.
Até a estatística sempre foi cruel com o Atlético. Experimentem atirar uma moeda para o alto quatorze vezes e contem quantas “caras e coroas” tiraram. Metade cada uma? Oito a seis? Nove a cinco? Dez a quatro? Pois é. O Galo chegou a quatorze semifinais e finais de campeonatos brasileiros. Perdeu treze! Nesse caso, treze não foi Galo.
FORA DE CAMPO
Se dentro das quatro linhas as coisas vão bem - até porque agora existe o VAR para impedir os “Zés da Vida” (José de Assis Aragão e José Roberto Rato, digo Wright) - de meterem as mãos grandes nas nossas quase conquistas, fora dos gramados tudo anda às mil maravilhas. Ou quase. Adiante, eu explico.
Os empresários Rubens e Rafael Menin, o banqueiro Ricardo Guimarães e o engenheiro Renato Salvador, homens de notório e merecido sucesso empresarial, atleticanos abnegados, investem tempo, fortuna e experiência, na busca de transformar o clube que amam em uma das três maiores forças do continente.
Graças a esse grupo temos a equipe na liderança do Campeonato Brasileiro, as dívidas de curtíssimo prazo garantidas, o fluxo-de-caixa de médio prazo equacionado e, o mais importante, com a inauguração da Arena MRV e as mudanças estatutárias, o futuro financeiro do Clube, seguro e blindado contra os aventureiros.
O FATOR KALIL
Falando em aventureiros, o ambiente externo aos gramados só não está um “céu de brigadeiro” graças às rinhas pessoais de atleticanos influentes, como a do atual prefeito de BH, Alexandre Kalil, e o atual presidente do Clube, Sérgio Sette Câmara. Aliás, com quem Kalil não arruma uma treta, não é verdade?
Se foi ele o presidente que nos trouxe nossas maiores conquistas, igualmente foi o que nos trouxe nossas maiores dívidas. Ele e seu poste, Daniel Nepomuceno, “cruzeiraram” o Atlético e prejudicaram sobremaneira a administração atual (não sem uma boa dose de incompetência própria, de Sérgio Sette Câmara).
É sabido que o prefeito, favorito à reeleição municipal, pretende abandonar o cargo e disputar o governo do estado em 2022. Ter o Galo nas mãos de um aliado tornará mais fácil seu caminho. Por fim, possíveis atos de má gestão, durante seu período, que viessem à tona agora, poderiam repercutir negativamente na corrida eleitoral.
PAZ À VISTA?
Rubens Menin não é Rubens Menin à toa. O bilionário atleticano aprendeu com a vida - e nos ensina a lição - que “briga não leva a lugar nenhum”. E não leva mesmo! Se a união constrói, a discórdia destrói. Não se trata de crença, misticismo ou filosofia de botequim, mas da pura realidade. Brigar é a saída dos medíocres, dos imaturos e dos burros!
Uma vez que a situação entre Kalil e Sette Câmara tornou-se inconciliável, e em busca da união em torno de um único nome para a Presidência do Clube, Menin, que mantém boa relação com o prefeito (ainda que não o ame), e Ricardo Guimarães (desafeto declarado de Alexandre) buscam um nome alternativo.
Este nome, em princípio, é Sergio Coelho. Ou Serjão! Ex-vice-presidente de futebol do Galo, o empresário do ramo de veículos tem se mantido afastado do Clube já há alguns anos, por dissabores pessoais - e prejuízos financeiros - justamente por suas passagens pelas diretorias alvinegras pregressas.
BUZZ LIGHTYEAR
Quando lembramos da nossa única visita à Lua, logo pensamos em Neil Armstrong e sua célebre frase: “um pequeno passo para um homem; um gigantesco salto para a humanidade”. Porém, tão importante quanto o primeiro homem a pisar em solo lunar, foi o segundo a fazê-lo: o astronauta Edwin “Buzz” Aldrin.
Aldrin foi o piloto do módulo Apollo 11, que tocou o solo do nosso satélite natural, precisamente às 20:17hs (UTC) daquele 20 de julho de 1969. Em sua homenagem nasceu o personagem Buzz Lightyear, da franquia de animação “Toy Story”. Se você era criança em 1995 ou é pai/mãe de adolescentes hoje, certamente encheu os olhos d’água.
ENCERRO
O sonho de Buzz era voar, mas apesar de possuir asas dobráveis, nunca conseguia. Seu grande parceiro de aventuras, o cowboy de pano Woody, jamais deixou de incentivá-lo a prosseguir em busca do seu desejo, até que um dia, finalmente, o herói mais querido do mundo alçou voo e gritou: “ao infinito e além”.
O Atlético nunca esteve tão próximo de dias, ou melhor, de décadas, tão promissoras assim: tem chances reais de conquistar o tão sonhado e merecido título nacional, e está a pouco mais de dois passos, ops!, dois anos de inaugurar o próprio estádio, simplesmente a melhor e mais moderna arena do Brasil.
O gigantesco esforço de toda uma nação, que jamais abandonou seu clube querido, está sendo recompensado por homens como Rubens Menin. Que Kalil e Sette Câmara não sejam estorvos do nosso sonho. E que Sérgio Coelho venha a ser o “Peacemaker” (pacificador) - outro filmaço, aliás - que precisamos neste momento. Até porque, excepcional gestor ele é.
Viram, eu não disse que artes e esportes combinavam? Agora tenho de parar. Já amolei vocês o bastante. Além do mais, o Bis e a Coca me esperam. E minha balança me grita: “ao infinito e além”. Ou essa maldita pandemia termina, ou conhecerei, em breve, o paraíso. Já estou a dois passos dele, hehe.