Eu nunca fui um eleitor de Jair Bolsonaro. Ao contrário. Sempre critiquei a personagem política grotesca que ele é, e sempre disse tratar-se de um completo despreparado para o cargo.
Contudo, no segundo turno, por total ojeriza ao lulopetismo e, aí sim, em “sintonia” com o então candidato no apoio irrestrito à Operação Lava-Jato, fechei os olhos, tapei o nariz e, muito a contragosto, cravei o 17 na urna eletrônica.
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Sim, é fato. Quebrei a cara! E, mesmo involuntariamente, tenho culpa na eleição do marido da Micheque, ops!, Michelle Bolsonaro. Aliás, por que mesmo os cheques na conta da primeira-dama? Ainda que eu não me arrependa do meu voto, já que a alternativa - o poste do corrupto e lavador de dinheiro Lula da Silva - a meu ver, seria ainda pior, minha responsabilidade é inquestionável.
Nesta quarta-feira (07), Jair Bolsonaro ultrapassou o chamado “ponto de não retorno” - ao menos o meu - e confessou que “matei a Lava-Jato”. Pois é. Matou mesmo. Matou quando amancebou-se com Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Quando detonou o COAF. Quando demitiu Sergio Moro e aparelhou a PF. Quando nomeou Augusto Aras. E quando, agora, indica para o Supremo, Kassio Marques.
Se antes, eu apenas não gostava do pai do Flávio Rachadinha, o maior vendedor de panetones em dinheiro vivo do mundo, hoje, ou melhor, há alguns meses, notadamente desde março deste ano, eu o odeio. Tanto quanto odeio a corja petista. Tanto quanto odeio o grotesco Ciro Gomes. Tanto quanto odeio políticos populistas, autoritários, mentirosos, corruptos, incompetentes e grotescos.
E não me venham com essa de que “odiar” é algo ruim, pois não é. Ruim é não se importar, é se ausentar do debate. Ou querer eliminar e agredir fisicamente quem a gente odeia. Criticar e combater vigaristas é obrigação! Ao menos para quem não aceita ser cúmplice nem conivente. É o meu caso. Bolsonaro, você é um tremendo estelionatário (eleitoral). Um tremendo farsante. Um tremendo erro que cometemos.