Jornal Estado de Minas

RICARDO KERTZMAN

Eleições nos EUA: Biden vence Trump e torna o mundo mais respirável

Não. Não sou democrata. Ao contrário. Sou republicano de carteirinha. Aliás, sou não. Torço por eles. Para ser ou um ou outro eu teria que viver na maior e melhor democracia continental do mundo. Infelizmente, vivo por aqui mesmo, em Banânia.





Assistir à turma de Hillary e Barack Hussein retomar o poder na Casa Branca me dói. Mas, sinceramente, figuras como Donald Trump, Jair Bolsonaro, Vladimir Putin, Viktor Orbán e outras asquerosidades do gênero não são fáceis de engolir.

Os Estados Unidos são, de tal sorte, institucionalmente organizados, que o estrago que maus presidentes podem produzir é bastante limitado. Porém, não há limite nem freio institucional para grossura, preconceito e xenofobia.

Se, por um lado, a vitória dos democratas significa um retrocesso no liberalismo econômico, por outro começa a pôr fim a um dos ciclos mais autoritários e separatistas da história recente norte americana. Graças, exclusivamente, ao bufão alaranjado.





Espero que Biden não repita os erros caros de Barack Hussein Obama na economia e relações exteriores. O mundo precisa de crescimento econômico urgente e acelerado, e boa parte disso vem sempre dos Estados Unidos da América.

Além disso, a aproximação dos EUA com tiranetes do Oriente Médio e milícias religiosas armadas, sob regência democrata, levou ao fim da estabilidade no Egito e na Síria. Ato contínuo, ao crescimento do terrorismo, do antissemitismo e do isolamento de Israel.

E o Brasil agora? Bem, o Brasil continuará sendo o que é: um insignificante parceiro comercial, um anão diplomático (como nos definiu, certa vez, um chanceler israelense) e a milionésima prioridade americana no campo externo.

Um dia, quando sentir vontade de comer hambúrguer, talvez Biden se lembre do Dudu Bananinha e convide Jair Bolsonaro para um encontro. Enquanto escuta as sabujices do amigão do Queiroz, o bolsokid poderá provar que é mesmo bom de chapa.

Por falar nessa gente, é bom que coloquem as barbas de molho. Obscurantismo, ódio, preconceito e arrogância cansam qualquer povo; mesmo os mais imbecilizados, como os bolsominions. Em 2022, Bolsonaro poderá ter, finalmente, seu dia de Donald Trump.