Kassio Nunes Marques, ministro do STF indicado por Jair Bolsonaro para a vaga deixada por Celso de Mello, uniu-se a Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, como já era esperado, e desferiu duro golpe na Lava-Jato, prenunciando o que virá pela frente após a conversão do presidente da República ao chamado “anti-lavajatismo”.
O ministro decidiu retirar das mãos do juiz federal, Marcelo Bretas, a investigação contra o promotor Flávio Bonazza, acusado de receber uma mesada de 60 mil reais mensais de empresários de ônibus do Rio de Janeiro, para atuar em favor da classe dentro do Ministério Público estadual.
Preso preventivamente em fevereiro deste ano, Bonazza teve o mandado de soltura proferido monocraticamente por Gilmar Mendes. Em julgamento na segunda turma, nesta terça-feira (10), o acusado foi vitorioso pelo voto do novo ministro: 3x2 (votaram a favor da prisão, Cármen Lúcia e Edson Fachin).
A justificativa dos ministros “soltões” é que o caso não atinge a União, sendo, portanto, afeto à Justiça fluminense, e não a federal. Pior que a decisão, em si, é o possível precedente que pode abrir, fazendo com que outros acusados utilizem o mesmo argumento e peçam o relaxamento de suas prisões.
Até poucos meses atrás, militantes bolsonaristas investiam ferozmente contra o Supremo a cada decisão de soltura dos corruptos de esquerda (Lula, Zé Dirceu etc). Veremos como se comportarão, agora que o “fiel da balança” é um ministro nomeado pelo “mito”. Ao que tudo indica, Flávio Bolsonaro poderá dormir em paz.