Jair Bolsonaro e seus bolsokids são o exemplo crasso da oligarquia política, incrivelmente ainda em prática no País. De norte a sul - e aí estão os clãs Sarney, Barbalho, Calheiros, Andrada, Magalhães, Gomes, Collor, Cardozo, Maia e tantos outros a provar - famílias inteiras vivem, há décadas, do sangue, suor e cerveja dos otários pagadores de impostos.
Nunca entendi a remuneração - muito menos alta remuneração!! - de políticos. Ora, ninguém chega para ninguém e pede para que se candidate, para que trabalhe em prol da sociedade. Os caras se oferecem, prometem mundos e fundos, não cumprem tais promessas, muitos roubam, ganham salários e benefícios inacreditáveis, e emplacam as proles na mamata?
Raciocínio simplista o meu? Claro que sim! Pra lá de simplista, aliás. Mas acreditem: muitos países ricos e desenvolvidos beiram tal simplismo. Na Suécia, por exemplo, parlamentares recebem ajuda de custo - e não salários e benefícios - para exercerem suas atividades. Na Dinamarca, o(a) primeiro(a) ministro(a) não passa de um trabalhador comum.
Não, não quero comparar o Brasil com países nórdicos nem muito menos reduzir a questão ao nível do “sim e não”. Apenas gostaria de chamar a atenção para este fenômeno inaceitável que até hoje impera no País: o coronelismo político. Não bastasse a reeleição eterna dos patriarcas, a linhagem do oportunismo permanece intocada através dos herdeiros.
Deveria haver limite para reeleição, bem como regras severas de favorecimento político a parentes de primeiro e segundo graus. A política se transformou em emprego, em fonte inesgotável de renda - alta renda! - para famílias inteiras espalhadas pelo País. Enquanto poucos recebem muito, muitos recebem pouco. Ou quase nada. Essa é a verdade.
O Brasil perpetua, na política, uma espécie moderna de Capitanias Hereditárias, onde poder e dinheiro passam de pai para filho, quando não raro transitam de pai para filho (ou filhos) simultaneamente. É o caso dos Bolsonaros. Há décadas, pai e filhos acumulam riqueza, sem, contudo, devolverem à sociedade qualquer tipo de serviço que valha tamanho desembolso.
O que o devoto da cloroquina produziu, até hoje, para seu estado ou Brasil? O que o senador das rachadinhas fez em benefício da sociedade? O que o bananinha trouxe de bom ao povo? O que o líder do gabinete do ódio em Brasília, que supostamente trabalha no Rio de Janeiro, retornou aos seus eleitores? Se alguém souber, por favor me avise. Vou esperar sentado. Em pé, vou cansar.