O Brasil trocou a República dos Sindicatos - dos anos da cleptocracia lulopetista - pela República das Forças Armadas, sob a égide do desgoverno Bolsonaro. Se melhorou ou piorou, não sei dizer. O bolso dos otários pagadores de impostos continua vilipendiado.
O lulopetismo aparelhou todo o funcionalismo federal com sindicalistas sedentos por cargos, salários, mamatas, propinas e tudo mais que pudesse ser espetado no lombo da elite branca empresarial exploradora e opressora. Afinal, era hora de acertar as contas com o capitalismo.
Já o bolsonarismo miliciano aparelhou, também de cabo a rabo, o funcionalismo federal, mas com militares - já são quase 3 mil -, a maioria medíocres, como o general fantoche Eduardo Pazuello, igualmente ávidos por cargos, salários, mordomias e poder. Muito poder.
Depois dos milhões de reais em leite condensado e chicletes, agora é a vez do churrasco dos milicos causar espanto e revolta. Conforme levantamento de deputados do PSB, as Forças Armadas adquiriram nada menos que 80 mil unidades de cerveja e 700 mil quilos de picanha.
Por meio de uma licitação - superfaturada em até 60% - garrafas e latas de cervejas especiais como Stella Artois (R$ 9,05 cada), Heineken (R$ 9,80 cada), Eisenbahn (R$ 5,99 cada), além de Bohemia Puro Malte, mataram a sede das valorosas tropas brasileiras e de seus oficiais.
A compra de picanha é ainda mais emblemática, e sinal destes tempos de cloroquina. Preço por quilo: R$ 118,25. Esse valor é o encontrado nos mais caros supermercados do País. E do tipo Angus! Aqui estamos falando de uma compra de 700 mil quilos, caramba.
Os deputados Vilson Fetaemg (MG), Elias Vaz (GO), Alessandro Molon (RJ), Denis Bezerra (CE), Lídice da Mata (BA), Camilo Capiberibe (AP) e Bira do Pindaré (MA), responsáveis pelo levantamento, fizeram uma denúncia à Procuradoria Geral da República (PGR).
Sinceramente, acredito que não dará em nada. Ou melhor, dará sim: em pizza! Só espero que Jair Bolsonaro não os mande enfiar os 700 mil quilos de picanha e 80 mil unidades de cerveja superfaturadas no fiofó. Após R$ 15 milhões em leite condensado, acho que não caberá.