Eu compreendo bem os tais cálculos políticos e sei que, na maioria das vezes, infelizmente, em política é preciso “sujar as mãos”. Talvez exatamente por isso neguei todos os inúmeros convites que recebi para me filiar a um partido e disputar eleições. O “jogo é bruto” e o tal do “sistema é foda”. O dia em que - e se - conseguir atingir maturidade e equilíbrio emocionais, eu pensarei com todo carinho a respeito. Até lá, prefiro “atirar pedras” a ser vidraça.
Zema está mais do que certo em se manter ao lado de Bolsonaro. O partido Novo é pequeno, isolado por natureza estatutária e sem a capilaridade necessária para ser considerado orgânico. A vitória em Minas em 2018 foi resultado de uma conjunção de fatores políticos e sociais que raramente se viu; e que, provavelmente, não irá ocorrer tão cedo outra vez. Zema e o Novo precisam de aliados populares de peso, sim.
Eleitoralmente falando, Romeu Em termos de viabilidade financeira, igualmente é acertada a posição política do governador. Se as coisas já vão de mal a pior, contando com a simpatia do Planalto, conhecido por suas práticas vingativas e persecutórias contra desafetos políticos, vide a extinção em massa de leitos de UTI nas federações governadas por opositores, imagine se nos tornarmos alvos da fúria bolsonarista. Minas, jamais nos esqueçamos, foi destruído por Pimentel e o PT.
Se essa coluna se chamasse Opinião Sem Paixão, e não Opinião Sem Medo, provavelmente escreveria aqui neste espaço elogios ao governador Zema pela acertada - sob os pontos de vista elencados acima - proximidade com o governo federal. Mas paixão é o que não me falta nessa vida. Dos amores da família e dos amigos, passando pelo maior de todos, o amor pelo Galo, é que, de forma apaixonada, não concordo e critico nosso simpático Chico Bento.
“Nós temos de enfrentar nossos problemas. Chega de frescura e mimimi. Vão ficar chorando até quando? Temos de enfrentar problemas”. Essa foi uma das falas do verdugo do Planalto, Jair Bolsonaro, essa semana, sobre os 260 mil mortos pela COVID-19. “Vão comprar vacinas na casa da tua mãe”, a resposta para quem pedia por imunização contra o novo coronavírus. E mais: “Se ficarmos em casa e a economia vamos ver depois, já estamos vendo agora”.
Romeu Zema até pode se manter do lado deste homicida asqueroso, mas, na boa, é melhor reforçar o estoque de remédios para enjoo. Salvo, é claro, se nosso governador acreditar nas palavras do pai do senador das rachadinhas e da mansão de 6 milhões de reais, pois daí não precisará de Engov ou Omeprazol, mas de boas de doses de cloroquina e ivermectina. Zema: perder uma eleição não é nada, se comparado a ser associado a um traste destes. Saia daí.