Desde o final de 2019 e início de 2020, uma crise sanitária inédita nos últimos 100 anos tem assolado o Brasil e a humanidade. Me refiro, é claro, à pandemia do novo coronavírus.
Como todos sabemos, ainda não há uma cura definitiva para a doença; a COVID-19. Bem como, ainda não há drogas eficazes para o tratamento, seja preventivo ou curativo.
A única maneira conhecida (até hoje) de prevenção e a única forma de evitarmos o contágio é nos isolarmos completamente do mundo ao nosso redor.
Porém, como isso é impossível - ao menos para a maioria absoluta das pessoas -, o jeito é evitarmos aglomerações, mantermos o máximo de distanciamento social e usarmos máscara.
Também, são mais que conhecidas as regras básicas de higiene, como lavar sempre - e bem! - as mãos, usar álcool em gel e jamais espirrar ou tossir sem cobrir a boca e o nariz.
Tenho certeza que não é novidade alguma para você, leitor amigo, que essa doença é uma espécie de roleta-russa: a mortalidade é baixa, mas não há parâmetro ou padrão fixo.
Os idosos e doentes crônicos são os mais afetados e correm mais riscos de morte, sim, mas não é incomum casos graves e óbitos em adultos jovens, adolescentes e crianças saudáveis.
O vírus é altamente contagioso e sua transmissão se dá, majoritariamente, pelo contato direto entre uma pessoa contaminada e uma outra ainda suscetível, ou seja, sem imunidade.
Segunda onda: Conversinha?
Como era previsto e esperado, já que sabido e avisado, após as festas de fim de ano e o carnaval, um número recorde de novos casos e de mortes estão ocorrendo em todo o País.
Também, como dito e repetido à exaustão, chegaríamos a um momento em que, na falta de medidas de contenção, a rede hospitalar não suportaria mais e entraria em colapso.
Não só não haveria mais disponibilidade de leitos, sobretudo de UTI, nas redes pública e privada, como faltaria pessoal especializado: enfermeiros, médicos e outros profissionais.
Já estamos em março de 2020, o terceiro mês do ano, o décimo-segundo desde o primeiro caso no País, e contamos quase 11 milhões de contaminados e cerca de 260 mil mortos.
A esperança brasileira - e mundial - reside nas centenas de vacinas em desenvolvimento mundo afora; algumas (precisamente seis) já em processo de produção, distribuição e uso.
Homicidas à solta e em paz
Infelizmente, por uma vasta série de motivos como ignorância, negacionismo, obscurantismo, psicopatia, loucura, má-fé, estupidez, omissão e incompetência, não as temos no País.
Para piorar, os responsáveis pela escassez de vacinas no Brasil são os mesmos que, dia sim, outro também, fazem de tudo para espalhar a doença e aumentar o número de mortos.
Eles incentivam e promovem aglomerações; indicam falsos tratamentos e falsos remédios (e pior, os distribuem); e pregam contra as medidas sanitárias, como o uso de máscaras.
Estes homicidas também conspiram abertamente contra a ciência e a medicina, mentem de forma vil e espalham notícias falsas. Além, é claro, de impedirem a imunização em massa.
O verdugo Jair Bolsonaro
Essa turba conta com muitos participantes - alguns involuntários, coitados, por mera falta de capacidade intelectual ou mesmo inocência -, mas há um em especial, o principal, o líder.
Nome: Jair. Sobrenome: Bolsonaro. Ocupação: Presidente da República. Objetivo: tentar nos matar! Sim, meu caro, minha cara, estou dizendo que este senhor tenta nos matar. Como?
Bem, primeiro incentivando a não ficarmos em casa e a nos aglomerarmos, de preferência, sem máscaras. Ele também nos desafia, mexe com nossos brios e nos chama de maricas.
Ele também recomenda que enfrentemos o vírus de “peito aberto”, como homens, e não como moleques. E cita dados falsos e pesquisas mentirosas para tentar nos convencer.
Mas não só. Ele semeia dúvidas quanto à eficácia e segurança das vacinas que não comprou e que fez o máximo para impedir que chegassem ao Brasil. Mas, calma! Tem mais.
Seu (des)governo eliminou leitos de UTI por todo o País. Sim, eliminou leitos de UTI. Não se importou com falta de oxigênio no Amazonas ou com abastecimento de seringas e agulhas.
Diante de milhares de mortes, disse coisas hediondas e odiosas, tais como: “e daí? Não sou coveiro. Se morrer, morreu. Chega de mimimi. Vão chorar até quando?”, além de palavrões impublicáveis.
Falas assim banalizam a morte e minam o moral da população. Cansados, desempregados, tristes, com medo, sem renda, com tudo absurdamente “bolsocaro”, o povo acaba se entregando.
Morrer, afinal, passa a não ser um negócio tão mau assim no Brasil. “A falta é a morte da esperança”, ensinou o cantor e compositor Nando Reis, na bela canção “Por onde Andei”.
Agora finalizando
Desde o começo, este senhor, a quem apelidei de verdugo do Planalto, devoto da cloroquina e maníaco do tratamento precoce, investiu no caos, na doença e nas mortes.
Primeiro, tratou a doença como uma gripezinha, um resfriadinho. Depois, previu menos mortes que a H1N1: "teremos aí oitocentas e poucas mortes, se muito”. E não parou mais.
Em abril do ano passado, anunciou o início do fim da pandemia. Voltou a fazê-lo em novembro, e, em dezembro, declarou que a “segunda onda” era uma conversinha.
Tudo mais o que fez - e que deixou de fazer - está pormenorizado e didaticamente explicado acima, parágrafo por parágrafo, linha por linha, palavra por palavra, tintim por tintim.
Por isso, aviso e repito: cuidado! Jair Messias Bolsonaro, o atual presidente da República tenta desesperadamente nos matar. Há um ano, ele não passa um único dia sem tentar.
Como presidente, ele pode muito, mas não pode tudo. Entre a vida e a morte, caro leitor, cara leitora, há as nossas próprias escolhas; há o tal do livre arbítrio. Isso, ninguém nos tira.
Portanto, façamos bom uso da nossa liberdade de escolha. Pensemos em nós e nos nossos familiares e amigos queridos. Não guiemos nossas vidas pelo que diz um mitômano insano e psicopata.
Sabem o ditado: “faça o que digo, mas não faça o que faço”? Pois é. No caso de Bolsonaro, o amigão do Queiroz, sugiro que não façamos o que ele diz, e muito menos o que ele faz.
Enquanto nós choramos nossos mortos, o marido da receptora de cheques de milicianos está se lambuzando com leite condensado, à beira da piscina de uma certa mansão de 6 milhões de reais, de um tal Flávio Bolsonaro, o senador das rachadinhas.