A maldição do bolsonarismo não se manifesta apenas nas tentativas de ruptura democrática, na volta da inflação, no isolamento internacional do País e nas milhares de mortes diárias por COVID-19. É ainda muito pior.
Sob o bolsonarismo, violência e ameaças de morte se tornaram lugar comum. Se você não é um deles, então será contra eles, o que significa tornar-se um potencial alvo a ser eliminado. Literalmente falando.
Nem mesmo trabalhadores comuns escapam à fúria ignorante e criminosa dessa malta cretina. Um repórter fotográfico do jornal Estado de Minas foi agredido em uma manifestação pró-Bolsonaro. Por quê? Ora, ele é um “comunista safado da imprensa vendida” que tem de ser espancado. Qualquer semelhança com os vagabundos da CUT e do MST não é mera coincidência; eles são idênticos.
Eu mesmo. Não há dia que eu não receba ameaças de criminosos de pijama. Sim, de pijama. São fanfarrões virtuais, muitos deles ‘robôs’. Se e quando considero o fato perigoso, imediatamente procuro uma delegacia especializada e providencio um BO (Boletim de Ocorrência).
É lastimável que o debate político tenha descambado para esse nível insuportável de violência, mentiras e cretinice. Primeiro porque não só não resolve nossos inúmeros e sérios problemas, como piora. Segundo porque impede a entrada de muita gente boa na política, já que poucos topam deixar a tal “zona de conforto” para arriscar a própria pele.
Foi esse o caso da cardiologista chamada a Brasília para assumir o comando do Ministério da Saúde, hoje entregue à dupla homicida Bolsonaro e Pazuello. A doutora, com vida profissional apartidária, é amiga de Dilma e médica de vários políticos considerados inimigos pelo bolsonarismo. Além disso, é contra o fictício tratamento precoce e favorável ao distanciamento social.
Com esses predicados, sem que jamais tenha feito mal ou mesmo criticado o devoto da cloroquina, a moça foi severamente “metralhada” nas redes sociais pelos nazifascistas do bolsonarismo-raíz, que a ameaçaram de morte e até tentaram invadir o hotel em que estava hospedada em Brasília. É o mesmo tipo de gente que cerca as residências dos desafetos políticos do verdugo do Planalto, e que atira fogos contra o STF.
O ex-presidente, ex-corrupto e ex-lavador de dinheiro Lula da Silva inaugurou o odioso e pestilento discurso de cisão social, com seu famoso “eles”, que era como adjetivava qualquer um que não se ajoelhasse perante sua cleptocracia. O “eles” éramos nós, que lutávamos por um país sem corrupção, sem assistencialismo eleitoral e sem as políticas econômicas retrógradas, típicas dos socialistas de araque como são os lulopetistas.
O meliante de São Bernardo atirou pretos contra brancos; pobres contra ricos; homossexuais contra heterossexuais; periferia contra “zona sul”... O cretino chegou a atacar a elite “branca de olhos azuis”. É até compreensível. O bilontra só gosta da “elite sem olhos azuis”, como Marcelo Odebrecht, Léo Pinheiro, Sergio Andrade, Jacob Bittar, Zé Dirceu e Antônio Palocci.
Mas, liderada por Jair Bolsonaro e filhos, notadamente o vereador Carlos, emergiu das trevas uma turba ainda pior, mais violenta e mais autoritária que os antigos “petralhas”, que, se à época se armavam com paus, pedras e pneus queimados, hoje assistem seus detratores armados com fuzis e pistolas automáticas, exibidos como exemplo de diálogo e de debate político, se é que me entendem a ironia nada engraçada.
O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) serviu como exemplo. Antes dele, aquela tal Sara Winter e alguns do seu bando. Mas ao que parece, foi pouco. É pouco! A Justiça precisa ser rápida, precisa e severa com esses bandidos de redes sociais, cumpram eles ou não suas ameaças nazifascistas criminosas. Inclusive Carlos Bolsonaro e o tal gabinete do ódio.