Há alguns dias, escrevi neste mesmo espaço, uma dura crítica ao governador Romeu Zema (Novo) por ter participado de um almoço em Brasília, em pleno dia de recorde de mortes por Covid-19 no Brasil.
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Basta de nazifascismo bolsonarista impuneDe rachadinha em rachadinha: o clã BolsonaroBrasil: o mal reencarnado acertando contasRomeu Zema, do Novo, ficou velho, e mais tucano que um próprioOu o Brasil 'acaba' com Bolsonaro, ou Bolsonaro acaba com o BrasilBolsonaro e Barros se merecem: seres inqualificáveis Apoio de 22% a Bolsonaro não é só idolatria; é teimosia e estupidezColapso da Saúde: Bolsonaro é culpado, mas eu também. PerdãoAo lado de Zema e da bancada de Minas, o presidente Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, e seu filho Eduardo, o bananinha, que recentemente mandou os brasileiros enfiarem máscaras no fiofó.
Ao estilo do pai, que mandou jornalistas enfiarem latas de leite condensado no mesmo lugar, o deputado mostra que, para a família que (des)governa o Brasil, máscaras ou latas, no rabo dos outros, é refresco.
Romeu Zema se recusa a criticar publicamente o governo federal pelo caos da Saúde no País. Igualmente economiza nas críticas ao próprio presidente, o devoto da cloroquina, e seu agora ex-ministro da saúde, Eduardo Pazuello.
O cálculo do governador é simples: se a vida em Minas já anda pra lá de difícil com a “amizade” do amigão do Queiroz, imagine com sua inimizade. É compreensível, mas, na minha opinião, condenável.
A um governador não cabe apenas o papel do gestor eficiente e dedicado; é preciso liderança política e exemplo à sociedade. Ao se omitir diante da política homicida do presidente da República, Zema acaba condescendendo com ela.
Em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (16), nosso Chico Bento subiu o tom. Contra o presidente? Não. Contra a população. “A la” Kalil, chamou de assassino quem sai às ruas sem necessidade. Fez bem. Mas e o presidente?
Bolsonaro continua saindo às ruas, promovendo aglomerações, não usando máscaras e, pior, atirando a população contra prefeitos e governadores. Falar grosso comigo, mas miar para Brasília, não é correto, governador.
Espero que, agora, diante do choque de realidade macabra que aí está, Romeu Zema faça valer a força do segundo maior colégio eleitoral do País, e em vez de puxar o saco do maníaco do tratamento precoce, lhe faça duras críticas e cobranças.
Sim, o PT explodiu Minas Gerais e precisamos desesperadamente da ajuda federal. Mas também precisamos de dignidade política. E, me desculpe o governador, a quem tanto admiro, isso anda faltando na Cidade Administrativa.