O país não está mais à beira do precipício; está em queda livre e o tombo será grande. Já são 108 os países que barram os brasileiros. Em duas ou três semanas não haverá “kit de intubação” nos hospitais do Brasil.
Em alguns estados o serviço funerário já não dá conta da velocidade dos óbitos. Em outros, não há caixões suficientes e improvisa-se com restos de madeira. Em breve viveremos por aqui o que viveu o Equador, ano passado.
Não há número de casos e de mortes que sensibilizem Jair Bolsonaro e seus cúmplices homicidas. Mais uma vez essa gente vem a público minimizar a extrema gravidade dos fatos e suas consequências inaceitáveis para a população.
O deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, declarou o seguinte nesta quarta-feira (17/3), sobre a situação do Brasil na pandemia: “A nossa situação, ela não é tão crítica assim. Comparada a outros países, é uma situação até confortável”.
Vivemos nosso pior momento desde o início da pandemia no País, que registrou na última terça-feira (16/3), o recorde de 2.798 mortos por COVID-19. São mais de 280 mil mortes e 12 milhões de infectados pelo novo coronavírus. Belo conforto, não é mesmo?
Com 3% da população mundial, o Brasil já contribuiu com 10% dos óbitos por COVID-19. A própria Fiocruz (Fundação Instituto Oswaldo Cruz) declarou: “o Brasil passa pelo maior colapso sanitário-hospitalar da história". Compreendeu, deputado Barros?
Dos 26 estados da federação mais o Distrito Federal, 18 estão com taxas de ocupação de UTI acima de 90%. Alguns, como Mato Grosso e Rondônia, com mais de 100%. Há fila de espera, portanto, para, no limite, morrer com alguma dignidade ao menos.
Além do colapso de oxigênio, vários hospitais começam a enfrentar falta de medicamentos e anestésicos para intubação, o que vale dizer, doentes irão morrer sufocados, inclusive quem necessitar de cirurgia sem qualquer relação com a COVID.
A falta de profissionais especializados também começa a afetar o atendimento hospitalar, seja de emergência ou eletivo. Não há médicos e enfermeiros aptos a intubar os necessitados em número suficiente. O que mais falta para estes cretinos admitirem o caos?
Nesta quinta-feira (18/3) Bolsonaro voltou a minimizar as mortes e a vaticinar contra vacinas. Disse que há uma tentativa para lhe derrubar. Não é de hoje que este senhor deveria ou estar na cadeia ou no manicômio mais próximo, mas jamais na Presidência da República.
O presidente do “e daí?”, do “mimimi” e do “chega de frescura”, encontrou mesmo o líder ideal para representá-lo no Congresso. Barros não difere em nada do verdugo do Planalto. Resta agora saber se tem filhos, e tendo, se moram em mansões de 6 milhões de reais.