O dia 19 de março de 2021 ficará marcado na história do Brasil como um dos dias mais tristes da nossa já tão triste história. Em meio a mais de 280 mil mortos pela COVID-19, quase 3 mil novas vítimas fatais engrossaram o pranto dos enlutados por todo o País. Mas não só.
Com a superlotação dos hospitais por todos os 26 estados mais o Distrito Federal, os doentes começaram a morrer sufocados, deitados no chão dos corredores ou às portas das unidades de saúde, por falta de leitos, de respiradores e de atendimento médico de emergência.
Acostumados a assistir às condições precárias dos hospitais públicos, os brasileiros de maior poder aquisitivo assistem agora à rede particular pedir ajuda ao SUS, já que incapacitados de atender novos pacientes. Pior: boa parte possui medicamentos para mais dois dias apenas.
Com a superlotação dos hospitais por todos os 26 estados mais o Distrito Federal, os doentes começaram a morrer sufocados, deitados no chão dos corredores ou às portas das unidades de saúde, por falta de leitos, de respiradores e de atendimento médico de emergência.
Acostumados a assistir às condições precárias dos hospitais públicos, os brasileiros de maior poder aquisitivo assistem agora à rede particular pedir ajuda ao SUS, já que incapacitados de atender novos pacientes. Pior: boa parte possui medicamentos para mais dois dias apenas.
JAIR BOLSONARO
Mas, no Brasil atual, tristeza pouca é bobagem; vergonha pouca é bobagem. Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, em sua cruzada homicida e golpista, resolveu piorar o que já é péssimo e, do alto da sociopatia autocrata que lhe é peculiar, atingiu os píncaros do indecoro.
O amigo do Queiroz, o pai do senador das rachadinhas e da mansão de 6 milhões de reais, o marido da receptora de cheques de milicianos, acreditando que possui apoio e autoridade militar, ameaçou o País com um “estado de sítio” e pregou a desobediência civil.
O devoto da cloroquina conclamou a população - e não foi a primeira vez! - a se rebelar contra prefeitos e governadores; a não aceitar as medidas de isolamento; a desprezar as máscaras e a apoiar medidas extremas do governo federal em sua suposta defesa.
Lira, um condenado e réu no STF, não me surpreende. Fux, apadrinhado por Sérgio Cabral, muito menos. Mas não é o caso do senador Rodrigo Pacheco. Minha indignação está toda depositada na figura do presidente do Senado que recebeu meu voto nas eleições de 2018.
O amigo do Queiroz, o pai do senador das rachadinhas e da mansão de 6 milhões de reais, o marido da receptora de cheques de milicianos, acreditando que possui apoio e autoridade militar, ameaçou o País com um “estado de sítio” e pregou a desobediência civil.
O devoto da cloroquina conclamou a população - e não foi a primeira vez! - a se rebelar contra prefeitos e governadores; a não aceitar as medidas de isolamento; a desprezar as máscaras e a apoiar medidas extremas do governo federal em sua suposta defesa.
SILÊNCIO ABJETO
Como “tristeza não tem fim”, segundo o imortal Tom Jobim, terminamos este dia infame com o silêncio cúmplice dos presidentes dos demais Poderes. E não vou, aqui, me ater ao ministro Luiz Fux, presidente do Judiciário, e nem a Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados.Lira, um condenado e réu no STF, não me surpreende. Fux, apadrinhado por Sérgio Cabral, muito menos. Mas não é o caso do senador Rodrigo Pacheco. Minha indignação está toda depositada na figura do presidente do Senado que recebeu meu voto nas eleições de 2018.
RODRIGO PACHECO
A subserviência do senador mineiro ao presidente da República já era nítida e notória. Piorou ao desrespeitar seus colegas senadores ao não abrir a “CPI da Covid”, mesmo com o número legal de assinaturas atingido. Mas sua postura obsequiosa diante do que se viu é inaceitável.
Não é minimamente admissível, sob qualquer pretexto ou desculpa esfarrapada, que o presidente de um dos Poderes da República não se manifeste, ao vivo e em cores, de forma veemente e dura - para lá de dura! - contra tamanhas ameaças golpistas e subversivas.
A história mineira no Senado Federal não é das mais brilhantes, é verdade. Desde a redemocratização, já tivemos Aécio Neves, Zezé Perrella, Hélio Costa, Wellington Salgado e Clésio Andrade. Ainda bem que hoje temos um Antonio Anastasia para compensar um pouco.
Mas há quase 45 anos, desde 1977, com Magalhães Pinto, salvo engano, Minas não presidia a Casa. E imagino que não foi para se comportar de maneira submissa, humilhante e conivente diante da tirania bolsonarista, que os mineiros elegeram Rodrigo Pacheco.
Não é minimamente admissível, sob qualquer pretexto ou desculpa esfarrapada, que o presidente de um dos Poderes da República não se manifeste, ao vivo e em cores, de forma veemente e dura - para lá de dura! - contra tamanhas ameaças golpistas e subversivas.
A história mineira no Senado Federal não é das mais brilhantes, é verdade. Desde a redemocratização, já tivemos Aécio Neves, Zezé Perrella, Hélio Costa, Wellington Salgado e Clésio Andrade. Ainda bem que hoje temos um Antonio Anastasia para compensar um pouco.
Mas há quase 45 anos, desde 1977, com Magalhães Pinto, salvo engano, Minas não presidia a Casa. E imagino que não foi para se comportar de maneira submissa, humilhante e conivente diante da tirania bolsonarista, que os mineiros elegeram Rodrigo Pacheco.
ROMEU ZEMA
Não menos vergonhoso tem sido o comportamento do governador mineiro em relação ao desgoverno Bolsonaro. Ora elogia o que não há para elogiar; ora se cala diante do que deveria criticar; ora sucumbe às falácias doidivanas como o tal “tratamento precoce”.
Sim, inacreditavelmente, Romeu Zema declarou que o colapso da Saúde só não ocorreu antes, graças a essa porcaria de ficção que ainda existe - e resiste! - no Brasil. Europa, Estados Unidos e o resto do mundo civilizado são idiotas; só os bolsoloides são espertos.
Israel, Nova Zelândia e Austrália, sucessos no combate à pandemia por adotarem medidas de distanciamento social, uso de máscaras e vacinas - sim; VA-CI-NAS!!! - são umas bestas ao quadrado. Gastam bilhões porque não conhecem os milagres da cloroquina e ivermectina.
Zema: trate de vigiar os fura-filas da vacina do governo estadual e pare de fazer propaganda de curandeirismo de porta de rodoviária. E pare também de, no mínimo, silenciar em relação ao caos que o governo federal está promovendo, e, no limite, de puxar o saco do presidente.
Sim, inacreditavelmente, Romeu Zema declarou que o colapso da Saúde só não ocorreu antes, graças a essa porcaria de ficção que ainda existe - e resiste! - no Brasil. Europa, Estados Unidos e o resto do mundo civilizado são idiotas; só os bolsoloides são espertos.
Israel, Nova Zelândia e Austrália, sucessos no combate à pandemia por adotarem medidas de distanciamento social, uso de máscaras e vacinas - sim; VA-CI-NAS!!! - são umas bestas ao quadrado. Gastam bilhões porque não conhecem os milagres da cloroquina e ivermectina.
Zema: trate de vigiar os fura-filas da vacina do governo estadual e pare de fazer propaganda de curandeirismo de porta de rodoviária. E pare também de, no mínimo, silenciar em relação ao caos que o governo federal está promovendo, e, no limite, de puxar o saco do presidente.
MINAS GERAIS
Estamos muito mal representados neste período negro da nossa história e da história mundial. Sei que não estamos só. Ao contrário. Donald Trump estava aí até outro dia mesmo, e há outros maus exemplos mundo afora, infelizmente. Mas Bolsonaro é insuperável.
Minas é o segundo estado mais importante da Federação. O terceiro PIB do País. A segunda maior população. O segundo maior colégio eleitoral. Diante disso, eu pergunto: que raios de submissão é essa? Medo ou cumplicidade? Ambos são incompatíveis com nossos ideais.
Postem-se sobre os pés, meus senhores. Ergam as espinhas! Levantem as cabeças e defendam o estado; o País. É o apelo que faço. E a todos os demais políticos e governantes mineiros. “Libertas quae sera tamen”. Já esqueceram? Ou será que nunca aprenderam?
Minas é o segundo estado mais importante da Federação. O terceiro PIB do País. A segunda maior população. O segundo maior colégio eleitoral. Diante disso, eu pergunto: que raios de submissão é essa? Medo ou cumplicidade? Ambos são incompatíveis com nossos ideais.
Postem-se sobre os pés, meus senhores. Ergam as espinhas! Levantem as cabeças e defendam o estado; o País. É o apelo que faço. E a todos os demais políticos e governantes mineiros. “Libertas quae sera tamen”. Já esqueceram? Ou será que nunca aprenderam?