Jornal Estado de Minas

OPINIÃO SEM MEDO

Com um ano de atraso, Bolsonaro é posto para fora


O verdugo do Planalto, Jair Bolsonaro, com suas infinitas ignorância e psicopatia, conduziu o País, propositalmente, ao colapso na Saúde e na Economia. Seu negacionismo e sua sanha autocrata em torno de um projeto de poder tirânico, pautou todas as suas ações e as ações do seu desgoverno aloprado. Não chegamos a 300 mil mortos à toa, não, senhores.






Congresso Nacional, em todo este período nefasto, em que pese uma ou outra medida acertada e de sua providência como o auxílio emergencial, tornou-se um ente ou omisso ou cúmplice das políticas homicidas do governo e das falas desumanas do chefe de estado. Mais: diante da crise financeira histórica, não mexeu em um centavo do próprio bolso. 

Já o Poder Judiciário, em todas as esferas - municipal, estadual e federal -, tal qual seus pares do Executivo e Legislativo, também não tocou em um centavo de seus salários, benefícios e mordomias. Tampouco unificou um entendimento nacional a fim de evitar idas e vindas de decisões monocráticas por todas as cidades e estados Brasil afora.

COVID-19 é uma doença nova, cruel e devastadora. Aqui e no resto do planeta, governos e governantes batem cabeça, erram e acertam, pecam por exageros e por omissões, exploram politicamente a situação, enfim, fazem, bem ou mal, aquilo que é da gênese política. Contudo, no Brasil, tudo isso é elevado à enésima potência, exceto, infelizmente, os poucos acertos.





Com mais de 3 mil mortes por dia, 300 mil mortos em um ano, hospitais colapsados, oxigênio e medicamentos essenciais no fim, economia em frangalhos e uma ebulição social ainda em Banho-Maria, é verdade, mas finalmente em aquecimento, o Poder Público resolveu “se coçar”, afinal, instinto de sobrevivência jamais faltou ou faltará à classe; ainda que tardio.

Nesta quarta-feira (24/3) em Brasília, o presidente da República, Jair Bolsonaro (devoto da cloroquina); o presidente da Câmara, Arthur Lira (réu no STF); o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (mistura de Sarney com Tancredo) e o presidente do Supremo, Luiz Fux (apadrinhado por Sergio Cabral), reuniram-se em torno de um… Pacto Nacional!

Bolsonaro falou em tratamento precoce e em rotina normal, sem “lockdowns”. Lira falou, falou e não disse nada. Fux ouviu, ouviu e não ouviu nada. Já Rodrigo Pacheco puxou o saco do amigão do Queiroz, trouxe a Câmara dos Deputados para o colo e, advogado dos bons, tratou de reverenciar o STF. Acreditem: a partir de hoje, temos parlamentarismo no País.

Sim. Pacheco é o primeiro-ministro. Bolsonaro? Bem, vá lá, chefe de estado. Minha dúvida é: ele sabe que foi escanteado e topou, ou ainda não entendeu? Se vai dar certo, eu não sei, ainda que duvide. Eu sempre duvido dos políticos. Mas que o teatrinho, ao menos no papel, não passa de um teatrinho, isso resta mais do que claro e evidente. Conversa pra boi dormir.





O pai do senador das rachadinhas e da mansão de 6 milhões de reais não irá mudar. Continuará ignorante, negacionista e louco. Como não irá mudar o Centrão de Lira; fisiológico, corrupto e irresponsável. O STF, idem. Manter-se-á como casa política, e não como casa jurídica. E Pacheco estará de olho na Presidência em 2026 (se bobear, em 2022).

Sempre que políticos e governantes falam em “união” e “pacto nacional” é porque a vaca foi para o brejo faz tempo. É porque você, leitor amigo, e eu, já nos estrepamos. É porque irão exigir mais sacrifícios da sociedade e mais dinheiro de impostos para custear a inoperância e a incompetência próprias. Na prática, nada funcionará até o próximo “pacto” chegar. 

A única boa notícia do encontro de hoje é que, até o momento - são 15:00hs - nenhum dos chefes dos Poderes quebrou a “corrente”, e portanto o Brasil tem um novo chefe de governo; Rodrigo Pacheco. “Mas isso é bom, Ricardo”? Bem, diante da alternativa “Bolsonaro”, é mais do que bom. É simplesmente maravilhoso. Que seja eterno enquanto dure, hehe.

audima