O PIB do Brasil irá crescer menos da metade de outros países de economia avançada. O Real é a moeda que mais se desvalorizou no mundo. Somos o país com o maior número de mortes por COVID-19, por milhão de habitantes, nas Américas. Ocupamos a liderança negativa, em números absolutos, de casos e mortes diárias por coronavírus. O desemprego é recorde, a inflação disparou e a renda está no menor patamar da década.
Para piorar tudo de vez, a pandemia está totalmente fora de controle e continuamos vacinando a população a conta-gotas. Por fim, como se já não bastasse o festival de péssimas notícias acima, o presidente da República não move um milímetro na direção da realidade e continua não só negando a doença e ajudando, com suas falas e comportamentos irresponsáveis, a disseminar o vírus, como também a sabotar a democracia.
Diante de um quadro social, político e econômico desta natureza, somado a uma CPI que promete vomitar na cara da sociedade todos os erros, crimes e omissões cometidos pelo governo federal e o próprio presidente, o cenário eleitoral, com o ressurgimento do ex-presidente Lula, ressuscitado na base da caneta suprema, favorece como nunca a derrocada do bolsonarismo, ainda que a alternativa posta esteja anos-luz de ser adequada.
O motivo pelo qual 40% dos eleitores ainda aprovam o governo atual é um mistério digno dos mais profundos estudos sociológicos. Não menos misterioso é o embate eleitoral que se desenha entre Lula e Bolsonaro, sendo o primeiro quem é, e com o passado que todos conhecemos. Ao encontro da fatalidade que se desenha, a falta de uma alternativa viável. Se a vida parece difícil hoje, o futuro próximo não promete nada melhor.