Não vou discorrer aqui sobre os motivos de mais essa jornada de violência entre Israel e terroristas do Hamas e Jihad Islâmica. Primeiro porque o assunto, além de pra lá de complexo, exige muito mais do que algumas mal traçadas linhas deste escriba, para que seja minimamente narrado.
(Veja abaixo imagens do momento em que um foguete lançado pelo Hamas atinge a cidade de Ashdod, em Israel)
Segundo porque a capacidade de compreensão dos fatos de quem está a mais de 10 mil quilômetros de distância do local e não possui o correto embasamento histórico, social, econômico e geopolítico da região, é extremamente limitada e contaminada por informações falsas.
E terceiro porque o antissemitismo presente em nossos dias, em maior ou menor grau, sobretudo em parte considerável da imprensa mundial, responsável por levar ao ocidente as notícias que quer - e da forma quer - a despeito da realidade, irá provocar comentários cretinos.
DEMOCRACIA
Israel é a única democracia da região. No Estado judeu, todos são realmente iguais perante às leis. Mulheres são livres, homossexuais são livres (a maior parada gay do mundo se dá em Tel Aviv), árabes e quaisquer outros povos são livres. Israel “importa” judeus negros da África.
O Knesset (parlamento de Israel) conta com forte presença árabe. Sim. Árabes, em Israel, concorrem às eleições, votam e são eleitos como qualquer israelense judeu. Mesquitas se espalham por todas as cidades do pequeno país de 22 mil quilômetros quadrados, assim como outros templos.
Ao contrário de absolutamente todas e quaisquer ditaduras árabes, incluindo aquelas atualmente ocidentalizadas, como os Emirados Árabes Unidos, Israel não só permite como protege a livre manifestação e expressão religiosa, política, identitária, étnica, sexual etc.
ECONOMIA
Encravada numa pequena porção de terra equivalente ao estado do Sergipe, às margens do Mar Mediterrâneo e cercado de inimigos por todos os lados, de norte a sul e de leste a oeste - e dentro do próprio território, inclusive, a Cisjordânia - a Terra de Sião é uma economia em franca expansão.
Berço de universidades de ponta, Israel é hoje um dos principais centros de desenvolvimento de tecnologia e biomedicina do mundo. As maiores empresas do setor, como Google, Microsoft e outras adotaram o País como seus centros mundiais de pesquisas e inovações.
A agricultura é de ponta e consegue, a despeito do solo árido e clima adverso, as maiores taxas de produtividade do planeta, sendo o Estado exportador de frutas de primeiríssima qualidade. Além disso, setores como comércio, turismo e construção civil alimentam o crescimento de Israel.
CONFLITO COM GAZA
Já disse e repito: não entrarei no mérito, e já apresentei minhas razões. Após esta longa introdução, chego ao objetivo - e título - deste texto. Por que diabos, todos os dias, assistimos à dezenas de mortes de palestinos, inclusive crianças, e muito poucas vítimas fatais do lado judeu? Explico.
Em primeiro lugar, é importante não confundir “todos os palestinos” com “terroristas palestinos”. Enquanto cerca de 750 mil vítimas subjugadas clamam por paz e liberdade, cerca de 300 mil assassinos sanguinários dominam Gaza e perpetuam a dor e o sofrimento dos dois lados.
São os grupos terroristas Hamas e Jihad Islâmica, financiados abertamente pela teocracia selvagem iraniana, que não apenas sabotam, ao lado do Fatah de Mahmoud Abbas, na Cisjordânia (um grupo relativamente moderado), todas as tentativas de paz como mantêm acesa a fogueira.
MORTES
Essa horda de selvagens - e lá se vão décadas, desde o terrorista corrupto Yasser Arafat, que roubou milhões dólares doados à então OLP - Organização Para a Libertação da Palestina - sempre usou a própria população como escudo humano, e residências e comércios como abrigos de armas.
Ainda que, a cada contra-ataque Israel avise antecipadamente aos habitantes os alvos dos bombardeios, infelizmente, por crueldade indescritível dos terroristas, idosos e crianças, principalmente, são mantidos nos locais, para servirem como peças macabras de propaganda fúnebre.
Esse tipo de morticínio não só ajuda a formar uma “opinião pública geral” contrária a Israel, como alimenta a chama de ódio interna, combustível para o recrutamento infinito de novos terroristas. Imaginem a facilidade de se recrutar uma criança ou adolescente que perderam os pais e avós.
CONTRA-ATAQUE
O leitor mais atento percebeu o termo “contra-ataque”, ao invés de “ataque”, que usei acima. E é exatamente isso, apesar de as manchetes sempre estamparem o contrário. Israel, meus caros, e não sou eu quem diz, mas a história e a realidade, jamais atacou qualquer povo ou país.
Não há na história dos conflitos entre árabes e israelenses um só episódio de guerra iniciado pelos judeus. Absolutamente todos os eventos armados ocorreram em resposta a um, aí, sim, ataque anterior. Pior. Ataques sempre objetivando a morte de civis; nunca contra instalações militares.
O que se vê hoje é apenas a repetição do passado. Após dias de intenso disparo de foguetes, a partir de Gaza, contra casas, escolas e hospitais de Israel, o exército, e sobretudo a força aérea, iniciaram bombardeios seletivos, previamente informados aos palestinos, a alvos militares terroristas.
FORÇA DESPROPORCIONAL
Ocorre que, como explicado, tais alvos ficam “escondidos” dentro e ao redor de casas, lojas e prédios comerciais e residenciais. Por isso as cenas terríveis de destruição a que assistimos nestes últimos dias. E há quem diga, também, que Israel utiliza de “força desproporcional”. Será mesmo?
Imaginem aí o leitor amigo e a leitora amiga que chegaram até aqui, vocês, filhos, pais e avós sendo submetidos diariamente a doses ininterruptas de estrondos, sirenes, correria para abrigos antiaéreos e foguetes explodindo no quintal de casa, na pracinha em frente ou sobre carros estacionados.
Imaginem o sacrifício para gente idosa; o trauma para as crianças; o desespero dos pais diante da incerteza da morte súbita. Imaginem esses mesmos idosos e crianças feridos, sendo carregados às pressas para hospitais. O que eles fizeram para merecerem algo assim ou para viverem assim?
DIREITO À AUTODETERMINAÇÃO
Nenhuma sociedade civilizada suportaria viver desta forma sem proteger a si mesma. A criação do Estado de Israel em 1947 pela ONU (Organização das Nações Unidas) e a posterior proclamação de independência, em 14 de maio de 1948, há exatos 72 anos, surgiu justamente com este fim.
Israel e os judeus, como quaisquer outros países e povos, têm o direito legítimo e inalienável à existência; à vida. E em paz! Mas o estatuto, uma espécie de, digamos, Constituição Federal dos palestinos, prega justamente o oposto. Prega, ou melhor determina, a extinção de Israel e dos judeus.
Sim, meus caros. Não é exagero! É fato! A questão nunca foi, não é e nem nunca será terra ou pátria. Na interpretação dessa gente imunda, Alá lhes obriga a “atirar os judeus no mar”. Irã e terroristas palestinos simplesmente não aceitam a presença dos “infiéis” e dos “sionistas” na região.
IRON DOME E ENCERRO
O sistema de defesa antimíssil de Israel, construído com o inestimável apoio e apreço pela democracia americanas, consegue derrubar cerca de 90% dos foguetes atirados pelos terroristas contra civis israelenses e instalações militares. Só que 10% passam, matam e destroem.
Além disso, o custo de operação é altíssimo. Cada intercepção custa centenas de milhares de dólares. Por isso, acreditar que devido ao “Domo de Ferro” está tudo resolvido e que Israel não deveria bombardear Gaza, é uma falsa premissa. Não dá para ignorar os ataques e simplesmente viver assim para sempre.
Para encerrar, respondo à pergunta que todos fazem: há solução? Não. Não há. Infelizmente! E deixo aqui a reflexão como justificativa para minha resposta: há solução para o domínio dos traficantes e das milícias nos morros cariocas, que subjugam os moradores decentes diante um Estado ausente?
Muito obrigado por me acompanharem até aqui. E parabéns! Poucas pessoas têm sede de informação maior que manchetes dos sites e títulos sensacionalistas de colunas vigaristas. E não. Não sou dono da verdade. A opinião é e será sempre sua. Apenas exponho fatos reais e de fácil comprovação.