A indignação é tamanha, a revolta, tão profunda, e a raiva ardente incontida, que está difícil começar a escrever este texto. Se eu pudesse “verbalizar” através das letras, palavras e frases os meus sentimentos de agora, Alexandre de Moraes, do STF , me mandaria para Pedrinhas, no Maranhão, em reclusão solitária e perpétua.
Em nome do tal “garantismo”, palavra bonita que favorece a impunidade, ministros da Suprema Corte - não todos, façamos justiça - vêm votando sistematicamente de forma oposta aos anseios da sociedade e em consonância com as teses pagas a preço de ouro aos doutores dos escritórios estrelados da advocacia criminal.
Leia:
Uma vírgula fora do lugar, em uma peça de acusação, contra um graudão corrupto qualquer, nos dias de hoje é capaz de transformar o juiz em suspeito e o ladrão em inocente. E um favorzinho aqui, um segredinho lá, um patrocínio acolá fazem inquéritos e
processos
dormirem como bebês em certas gavetas togadas.
A impossibilidade de prisão após uma condenação em segunda instância foi só o pontapé inicial de um jogo político-econômico-eleitoral que não tem dia nem hora para acabar. Sentenças e delações que o tempo e os bilhões recuperados fizeram questão de provar corretas, são anuladas e atiradas nas lixeiras dos compadres.
Lula solto e elegível; Flávio Bolsonaro dormindo tranquilo; Renan Calheiros ‘nem te ligo farinha de trigo’; Eduardo Cunha em casa; Aécio Neves esquecido. Gilmar Mendes acusando, defendendo - e ofendendo!! - a esmo; Lewandowski sendo Lewandowski; Dias Toffoli votando em processo em que é potencialmente parte.
Edson Fachin é o responsável pela “anulação que nunca é anulada” da delação dos irmãos Batista, da JBS, que o apadrinharam quando indicado ao Supremo. Gilmar Mendes votou em favor de um réu cuja filha é sua afilhada. Ora, por que diabos, então, Toffoli não poderia votar em suposto ‘benefício próprio’?
Mas o juiz suspeito do Brasil, o ‘marvadão’ mesmo, é
Sergio Moro
. E quadrilha criminosa, segundo Gilmar, são os procuradores da
Lava-Jato
de Curitiba, e não Lula, Zé Dirceu, Ciro Nogueira, Arthur Lira (estes dois últimos os novos amigões do amigão do Queiroz) e companhia. Estes são dignos representantes do povo.