A Prefeitura de Belo Horizonte vem dando um péssimo exemplo no trato com a educação. Encastelados em suas crenças e verdades, prefeito e secretários vêm impondo um sofrimento desumano aos estudantes da capital.
Não menos danosa é a posição do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, que historicamente atua olhando apenas para o próprio umbigo, leia-se o próprio interesse e, em tese, o dos trabalhadores que supostamente defende.
Já os pais de alunos não têm quem os defenda. Há mais de um ano vêm sendo obrigados a pagar integralmente por um serviço, na maioria das vezes, muito mal prestado e, não raro, completamente inexistente.
Os professores querem vacinas, mas não querem trabalhar presencialmente. O motivo alegado é a saúde da comunidade escolar. Bem, então deveriam, no mínimo, ter recusado o privilégio da prioridade na vacinação.
Já o Poder Executivo prefere a postura ultraconservadora. Mantém-se na zona de conforto às custas do déficit irrecuperável - de ensino e socialização - das crianças e adolescentes. É mais fácil não decidir, não é, senhor prefeito?
Mas quem ‘paga o pato’ de verdade são os estudantes. É a única ‘categoria’ que nunca teve um ‘plano de reabertura’. Nunca contou com um período, mediante regras, é claro, de funcionamento. Foram sumariamente ignorados.
A prefeitura insiste em um plano tardio e inexequível. O sindicato insiste na postura corporativista e cômoda (já que os trabalhadores estão com os salários garantidos). E pais e alunos ‘insistem’ em ser tratados como ‘nada’.
Prefeito e secretários são pagos por estes ‘nadas’. Bem como os trabalhadores e sindicalistas. Os ‘nadas’, digo os pais, além de custear toda essa gente que não resolve, custeia a ‘manutenção extra’ dos filhos sem escola.
No fim do dia, todos vão para casa com a vida ganha, exceto os pais dos alunos, que terão de se haver com atividades escolares que lhes foram transferidas, além de problemas de ordem emocional e psicológica dos filhos.
E estes, tadinhos, são meros joguetes nas mãos desta gente. São o elo mais fraco dessa corrente de incapacidade, covardia, omissão, corporativismo e o mais puro descaso com o que há de mais importante, depois da saúde, em uma nação que se pretende civilizada: a educação.