Jornal Estado de Minas

OPINIÃO SEM MEDO

Deus, a Justiça e os políticos: Cesar Maia, pai de Rodrigo, é condenado



Quando prefeito do Rio de Janeiro, lá pelos idos da década de 2000 a 2010, Cesar Maia, pai do deputado federal Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara dos deputados e também conhecido como Botafogo nas planilhas de propina da Odebrecht, se meteu num rolo na contratação de uma orquestra filarmônica para a realização de concertos na Cidade da Música, na capital fluminense.





À época, ele contratou, sem licitação, por mais de 1 milhão de reais - 1.2 milhão, para ser exato - a Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira. Nesta segunda-feira (21/6), brevíssimos 13 anos após o crime, finalmente foi condenado. A pena: perda do cargo público (de prefeito), que já não possui desde 2008; hoje é vereador. Perda dos direitos políticos por 8 anos - isso se não forem os mesmos 8 anos de Lula, que o STF aliviou, e de Dilma, que Renan Calheiros e Ricardo Lewandowski aliviaram. Multa e devolução do dinheiro gasto aos cofres públicos.

Justo? Justíssimo. Ainda que para lá de atrasado, afinal, a justiça tarda, mas não falha, não é mesmo? Só que… A condenação é ainda em primeira instância, seus tolinhos. Ou vocês acharam mesmo que um político desses iria ser condenado de verdade? Aqui é o Brasil, pô! Em 13 anos só deu para começar a brincadeira, que já custou uma fortuna para os otários pagadores de impostos. Agora, ainda virão a segunda instância, o STJ, o STF, um ministro amigo que irá pedir ‘vista’, a gaveta amiga que irá guardar o processo por uns 250 anos e… a prescrição!

No fim da ação, lá pelo início dos anos 2050, mais ou menos, o judiciário brasileiro terá torrado uma fortuna para não julgar nada; nós teremos bancado, como de costume, a farra toda; e Cesar, lá do céu, estará gargalhando, ao lado do Criador, que então lhe dirá: ‘eu bem que avisei. Vocês terão tudo no Brasil. Sol, praia, mulheres, futebol, carnaval, nada de furação, nada de vulcão, nada de terremoto, nada de tsunami. Mas espere para ver a escumalha que irei colocar no comando do País’.

audima