Na minha coluna de ontem, domingo (27/6), escrevi: ‘Dilma nunca soube do Petrolão. Lula nunca soube do Mensalão. Bolsonaro dirá que nunca soube da Covaxin’.
Inteligente, eu? Que nada! Reação de político pego com a boca na botija é mais previsível que o Galo tomar gol depois dos 40 minutos do segundo tempo. É pule de dez!
Principalmente se o político for do tipo messiânico: pai dos pobres, mãe do PAC, mito. Todo cafajeste, primeiro, se apresenta como o salvador, como o mais puro dos puros.
Estou chamando Lula, Dilma e Bolsonaro de cafajestes? Sim, estou, como são cafajestes todos que, de forma populista e mentirosa, em nome do povo e da pátria, abusam da fé popular.
O Brasil cansa
O STF pode anular a data de nascimento do meliante de São Bernardo, mas Lula jamais deixará de ser quem é. Dilma pode ser absolvida por todos os Renans e Lewandowskis do mundo, mas seu passado restará.
E Bolsonaro? Bem, caros e caras, este é ainda pior, pois o verdugo do Planalto, além de cafajeste, mentiroso e pilantra, é burro. E muito acima da média exigida nos últimos anos para o cargo.
Ao contrário dos antecessores, que ao primeiro sinal de perigo se escondiam sob a cama do Alvorada, o devoto da cloroquina é verbalmente incontinente. Além do mais, é metido a valentão.
Lula se disse traído no caso do mensalão, uma semana após eclodir a treta. Já a estoquista de vento, jamais se pronunciava publicamente a respeito do petrolão; deixava o pau quebrar e fazia cara de paisagem.
Bolso, o valentão
Mas o Messias, não. O Messias é cabra-macho! E logo expeliu perdigotos contra quem não devia, no caso, o deputado Luis Miranda, irmão do servidor público que denunciou o esquema da vacina.
Mas, ao que tudo indica, Miranda não só tem como provar a conversa em que avisou o amigão do Queiroz sobre o rolo todo, como sabe de ‘otras cositas más’. E o sujeito não é flor que se cheire, não.
Hoje, o maníaco do tratamento precoce declarou: "Não tenho como saber o que acontece nos ministérios". Xiiiii! De probo, impoluto, puro, casto, o ‘mito’ já pulou para inocente e ignorante, hehe.
Primeiro, veio a negação agressiva e contundente: ‘cadê a vacina?’. A fase, agora, é de aceitação e distanciamento: ‘não sei de tudo’. A próxima, anotem aí, será de acusação: ‘foi o Barros’.
Impeachment
Não há a menor possibilidade, a essa altura dos fatos, de não ter encrenca brava na história da Covaxin. E pouco importa se o pagamento foi ou não efetuado e se as vacinas foram ou não enviadas.
Corrupção passiva ou ativa, ou improbidade, não dependem da consumação do fato. Apenas a intenção já é tipificada como crime. Os e-mails, contratos etc., já em poder da CPI da COVID, são conclusivos.
Uma vez provada, de forma incontestável também - gravação? - a prevaricação do maridão da ‘Micheque’, não restará aos criminosos e/ou cúmplices do Congresso outra saída senão o impedimento do bilontra.
Aliás, impeachment, no mínimo, pois, além de prevaricação, se restar comprovado algum tipo de participação - caixa eleitoral? - a vestal do Silas Malafaia terá muito trabalho pela frente. Em alguns anos, quem sabe?, também não contará com os amigos que irá aboletar no STF?