A Procuradoria Geral da República (PGR) - sim, ainda existe! - decidiu finalmente trabalhar um pouco, e solicitou ao STF (Supremo Tribunal Federal) a instauração de um inquérito em desfavor do presidente da República, Jair ‘1000%’ Bolsonaro, o verdugo do Planalto, a fim de apurar possível crime de prevaricação, relacionado ao processo frustrado de compra da vacina indiana Covaxin.
óbvia omissão - ou coisa pior - do devoto da cloroquina no episódio. Ricardo Barros, líder do governo no Congresso, está enrolado até o último fio de cabelo (que não tem) nessa treta. E ambos se encontraram mais de dez vezes desde que a coisa estourou. Pior. O presidente barrou a demissão de um servidor do Ministério da Saúde, suspeito.
Nesta semana mesmo, em coluna neste jornal, escrevi sobre a Os indícios de prevaricação, no mínimo, contra o amigão do Queiroz são tantos e tamanhos, que até para um servil PGR, como Augusto Aras, cego, surdo e mudo em relação a todos os desmandos deste psicopata homicida que se aboletou no Planalto, era difícil fingir não existir. Mas não pensem que foi por acaso, pois não foi. Ontem, Rosa Weber, do STF, tratou de acender a luz amarela.
Em recado claro e duro à Procuradoria, a ministra disse que a PGR estava 'desincumbindo-se de seu papel constitucional' por pleitear o adiamento da decisão sobre inquérito pedido pela CPI da COVID. Ou seja, diante da proteção evidente ao maníaco do tratamento precoce, a elegante togada subiu o tom e, ao que tudo indica, foi ouvida, senão por Aras, por Humberto Jacques de Medeiros, o Vice-PGR que assinou o pedido de inquérito de hoje.
Se vai dar em alguma coisa, é difícil dizer. Mas independentemente da repercussão final, uma coisa é certa: o castelo de areia foi exposto. Além disso, ainda que remota a chance, Jair Bolsonaro, o marido da receptora de cheques de milicianos e pai do senador das rachadinhas e da mansão de 6 milhões de reais, poderá ser afastado da Presidência até o fim das apurações. ‘Chega, porra! Acabou!’.