Jornal Estado de Minas

OPINIÃO SEM MEDO

Covid-19: o que uma vida de amizade uniu, Bolsonaro, em dois anos, desuniu



Eu me pergunto ‘até quando?’ pessoas que considero decentes e sábias irão reverberar as imbecilidades ditas pelo negacionistaignorante homicida que desgoverna o País e auxilia o novo coronavírus a matar quem amamos.





Sim, porque não é mais possível que, após quase dois anos de pandemia, ainda se questione a eficácia das vacinas e do distanciamento social no combate à doença e às mortes. Se a realidade não basta, o que bastará aos lunáticos?

Eu já não me lembro de todos os, digamos, ‘amigos’ (entre aspas mesmo), de quem me afastei ou mesmo rompi. Pessoas que me foram muito importantes e com quem vivi ótimos momentos. Que fiquem por lá - no passado! - e nas boas memórias.

Não dá para lamentar a ausência de quem se tornou, a meu ver, de acordo com meu rol de valores, incompatível com a civilização e sanidade mental. Quer cloroquina no café da manhã, ivermectina no almoço e aglomeração no jantar? Que vá em frente.

Não quer tomar vacina, usar máscara e confiar na medicina e na imprensa? Beleza. Acredita que o WhatsApp é mais confiável que a ‘Globo Lixo’, que a Leda Nagle é a nova Prêmio Nobel de Ciência e que o Carluxo é o cara? Ótimo. É isso aí.





Apenas não queira seguir com sua mediocridade e ignorância perto de mim. Já não fazemos mais parte do mesmo hospício. E lamento, hoje, constatar que um dia, sim, estivemos lado a lado, mas fico feliz em saber que, daqui pra frente, nunca mais.

A maior ‘vitória’ de Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, é essa: conseguiu destruir amizades relações familiares de uma vida. Mas se querem mesmo saber, relações destruídas por um traste destes já não prestavam mais há muito tempo. Melhor assim.

audima