Poxa vida... Nada como um bom golpe fracassado, não é verdade? Dois dias após brincar de Mussolini dos trópicos, Jair Bolsomole, o brochável, desistiu da vida de arruaceiro institucional e resolveu trabalhar.
E o pau mandado de Michel Temer já começou a mostrar serviço. Ontem, naquele show de horrores semanal, a que chama de 'live', o verdugo do Planalto discorreu sobre dois dos nossos maiores problemas.
O primeiro, a inflação, sobretudo a de alimentos, foi dissecada pelo amigão do Queiroz, que a explicou e já apresentou a solução. Segundo o devoto da cloroquina, o preço dos alimentos subiu porque, ora!, estamos comendo muito.
Sim. Ainda que 40% dos brasileiros estejam em situação de risco alimentar, ou seja, ou não fazem três refeições por dia, ou simplesmente não comem todos os dias, o 'mito' acredita que a população está muito gulosa. A solução? Regime!!
Energia
Depois de resolver nosso problema número 1, o maníaco do tratamento precoce nos apresentou a solução para o problema da energia elétrica. Para quem não sabe - já que nunca ouviu o governo falar - o risco de 'apagão' é enorme.
O Brasil enfrenta uma das mais graves crises hídricas da história. A falta de chuvas é a principal responsável, claro, mas não a única. Nosso presidente, por exemplo, não gostava do horário de verão, e mandou acabar com a bagaça.
Tal medida contribui espetacularmente para o aumento do consumo de eletricidade. Além disso, ao invés de o governo assumir o risco da falta de energia e se debruçar em busca de soluções, passou o tempo todo brincando de golpe de Estado.
Resultado: à beira ou de apagões ou de racionamento, Bolsonaro deu o exemplo e mandou desligar o aquecedor elétrico da piscina do seu palácio. E, iluminado, hehe, resolveu tudo: basta cada um apagar uma lâmpada e não usar muito o elevador.
Volta, golpista
Enquanto o Brasil ardia na fogueira do golpismo bolsonarista, a inflação explodia, a gasolina chegava a 7 reais o litro, o gás de cozinha, a 130 reais o botijão de 13kg, o dólar, a 6 reais, e o consumo de carne retrocedia 25 anos.
Após o fiasco de 7 de setembro, o psicopata homicida que desgoverna o País e que já mandou, ao lado do novo coronavírus, mais de 600 mil brasileiros para o cemitério, chegou a conclusão de que precisava trabalhar.
Como vimos pela amostra acima, não estamos, portanto, agora, em situação melhor que até o Dia da Independência passado. Se um governo ausente nos trouxe o caos em que nos encontramos, o que nos trará um Bolsonaro atuante?
Assim, chego à seguinte conclusão: ruim sem ele, pior com ele! E faço um apelo ao pai do senador das rachadinhas e da mansão de 14 milhões de reais (comprada por apenas 6 milhões): volte ao modo 'animador de gado facista'. Por favor.