Assim que tomei conhecimento das declarações repugnantes do jogador de vôlei, Maurício Souza, nas horas vagas garoto-propaganda de Jair Bolsonaro e homofóbico assumido - como também é o próprio presidente da República - escrevi uma dura coluna a respeito, publicada nos sites da revista IstoÉ, do Portal UAI e do jornal Estado de Minas, onde tenho o orgulho e a honra de ser colunista.
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Atenção! Contém cenas de socialismo explícito; leia por sua conta e riscoBolsonaro, o arregão, é humilhado ao vivo, foge e vai chorar no banheiroZé Trovão: mais um gângster é preso. Chegará a vez de Bolsonaro e demaisHomofóbicos cretinos se escondem atrás de religiões e livros sagrados; leiaNo meu texto, além de condenar com vigor a atitude cretina e inaceitável do atleta, pedi seu imediato banimento do clube e da seleção brasileira. Na tarde de quarta-feira (27), o MTC rescindiu o contrato do homofóbico, e o técnico da equipe masculina de vôlei do Brasil, o ex-jogador e craque Renan Dalzotto, disse que 'não há espaço na seleção para qualquer tipo de preconceito', dando a entender que Maurício não será mais convocado.
Mais cedo, os principais patrocinadores do Minas - a Fiat Automóveis e o Grupo Gerdau -, acertadamente se manifestaram contrários à atitude pública do ogro, expressando posição firme no combate ao preconceito, e cobrando do clube providências imediatas, já que, antes, a diretoria do MTC apenas divulgara um comunicado insosso, quase sonífero, a respeito do violento ato de discriminação contra os homossexuais, proferido pelo 'machão heterossexual bolsonarista'.
Nesta manhã de quinta-feira (28), assisti a um vídeo publicado pelo intolerante ex-atleta minas tenista, em que chama o presidente do clube, Ricardo Santiago, de 'Ricardinho', e diz que 'meu presidente fez de tudo para me segurar no time', culpando exclusivamente os patrocinadores por sua demissão. Ou seja, de acordo com Maurício, o homofóbico, o presidente do Minas Tênis Clube compactua com sua abjeta manifestação de intolerância, preconceito e profunda ignorância. Ah! O 'hetero convicto' (será mesmo?) voltou a se manifestar de forma preconceituosa.
Bem, se Ricardo Santiago, o Ricardinho, 'fez de tudo' para segurar o homofóbico contumaz no clube, significa que ou concorda com ele ou, no mínimo, não dá a menor pelota para os homossexuais, e que, de fato, como disse o jogador, só o demitiu por pressão da Fiat e da Gerdau. Se assim for, que os patrocinadores caiam fora mesmo, sob risco de associarem suas imagens a um clube dirigido pelo 'Ricardinho' do Maurício, e não pelo 'Ricardo' que se espera de uma instituição dessa grandeza.
Para quem ainda não percebeu, há um novo mundo, uma nova economia, um novo tipo de, digamos, capitalismo em andamento. Cada vez mais, práticas que não respeitam as diferenças e os diferentes; que não coadunam com um desenvolvimento socialmente e ambientalmente sustentado; que segregam e discriminam, ao invés de incluírem as minorias; que pregam ódio, preconceito e cisão social serão não apenas denunciadas e combatidas, mas punidas com extremo rigor pelas leis - as descritas nas constituições e códigos penais, e a indefectível e mais dolorida de todas: a lei do mercado! Que assim seja.
Em tempo: Ricardo Santiago, você e o Minas demitiram o homofóbico por não concordarem com sua atitude asquerosa ou foi apenas por pressão financeira?