Abaixo, a letra da versão do funk ‘Baile de Favela’, de autoria do MC Reaça, morto em 2019 - segundo a Polícia, um caso de sucicídio -, em meio às investigações de espancamento de sua namorada à época.
O MC era próximo dos Bolsonaros, e a ‘música’ foi tocada nesta terça-feira (30), durante ato de filiação do presidente da República, Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, ao PL - Partido Liberal - de Valdemar da Costa Neto, ex-presidiário no Mensalão:
‘Ele veio quente e hoje tá fervendo. Ele veio quente e hoje tá fervendo. Quer desafiar? Não tô entendendo. Pra votar Bolsonaro minha mão já tá tremendo.
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Maria do Rosário não sabe lavar panela. Jandira Feghali nunca morou na favela. Luciana Genro apoia os sem-terra. Mas não dá o endereço pra invadirem a casa dela.
Essa juventude só se degenera. Pega o Paulo Freire e manda pra estratosfera. Um Brasil pra frente é o que o povo espera. Vamo distribuir livro do Olavo pra galera.
Ciro Gomes, baita Zé ruela. Lula preso dentro de uma cela. Paga de comuna e mente à vera. Mas vai pra Nova York quando pode, a Manuela’.
DE VOLTA
Bem, ainda que eu ‘concorde’ com muitas das adjetivações e ofensas, jamais me permitiria expô-las publicamente, pois são, como direi?, acima do tom adequado - e olhe que meu tom já é pra lá de exagerado, beirando o limite do aceitável.
Porém, mesmo que eu tivesse a coragem e a completa falta de compostura para assim me expressar, jamais poderia fazê-lo sendo um servidor público - ou em um evento partidário - mormente porque as ‘vítimas’ da letra seriam, digamos, meus patrões.
Ora, o povo brasileiro paga seus impostos e sustenta os Três Poderes, independentemente de ideologia política e preferência partidária. O presidente da República, por exemplo, ainda que isso pareça exótico, diante do que fizeram Lula da Silva, o meliante de São Bernardo, e Dilma Rousseff, a estoquista de vento, bem como faz o atual, Jair Bolsonaro, o patriarca do clã das rachadinhas, é o presidente de todos os brasileiros, e não apenas de seus eleitores.
PRISÃO
Dois ou três dias atrás, uma cidadã, ao se deparar com uma cena inusitada e ridícula, em que o presidente de seu País acenava, em uma das mais movimentadas rodovias do Brasil, aos motoristas que trafegavam no local, como um animador de auditório- literalmente à beira de estrada - gritou ao energúmeno: ‘noivinha de Aristides’.
Segundo as redes sociais, o sargento Aristides teria sido instrutor de judô à época em que o devoto da cloroquina cursou a Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende, RJ. Foi o bastante para Bolsonaro determinar à PF (Polícia Federal) a prisão da moça, que não chegou a ficar detida e foi liberada após se comprometer a comparecer em juízo.
De acordo com o Código Penal, a pena para o crime de injúria é de até três anos de reclusão e multa, segundo o artigo 140. Porém, se for contra o presidente, a pena pode ser aumentada em um terço.
Então, ficamos assim: o presidente é um dos maiores ofensores do País; chama seu povo de maricas; faz piadas homofóbicas, dia sim e outro também; debocha das vítimas da covid-19 e comparece a evento político, bancado com dinheiro público, ao som da porcaria acima, mas a criminosa em potencial e sujeita à prisão é a cidadã que debochou do amigão do Queiroz.