Em 2012, Ronaldinho Gaúcho balançou as estruturas da Cidade do Galo, virou a chave do Clube e mudou o Atlético de patamar. Muito mais do que um bruxo, um gênio da bola, aquele menino doce, sorriso sincero e farto, com seus dentões brancos como as listras do sagrado manto alvinegro, apresentou aos mineiros a mais pura essência do bem.
Além de toda humildade que esbanjava no dia a dia com atletas, funcionários, imprensa e colegas de profissão, Ronaldinho jamais virou as costas e deixou de sorrir diante de um fã, principalmente os especiais (crianças, idosos, enfermos, portadores de deficiência, etc). Em partidas no exterior - e eu presenciei várias -, diante tamanha idolatria, o comportamento era sempre o mesmo; puro carinho e atenção.
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Givanildo Vieira de Souza, paraibano de 35 anos, o 'bendito é o fruto' de uma prole de seis irmãs e o próprio, é mais uma daquelas personagens tão conhecidas do mundo esportivo. De família simples, trabalhava duro desde cedo com o pai, em barracas de carne pelas feiras livres de Campina Grande. Através do futebol, porém, ganhou o mundo e, com ele, fama e fortuna, sem jamais, contudo, perder sua bela essência.
Eu voltei
Em fase final de carreira, depois de rodar o mundo e colecionar taças, como certos políticos colecionam processos penais, Hulk decidiu ser hora do bom filho à casa tornar. E por um sopro divino, ou de nossos queridos amigos e familiares atleticanos no céu, este brutamontes em forma de atleta resolveu aportar seus músculos por aqui, em Belzonte, na Cidadugalo, o mesmo monte Olimpo onde Deus Ronaldinho se aboletou nove anos atrás.
Ídolo para alguns e perna-de-pau que já deveria ter sido demitido, para outros, ou melhor, para apenas um outro, hehe, o craque do Brasileirão, o artilheiro isolado do campeonato, o bi-campeão nacional, o super-herói preferido da criançada alvinegra é tão espetacular ser humano quanto é jogador. O cara é um legítimo 2x2, mas quando sorri, transforma-se numa criança espetacularmente meiga de 10 anos. E quando abre a boca, destila palavras calmas, positivas e do bem.
É incrível mesmo esse Incrível Hulk! Até para falar mal do juiz ele é dócil, educado e sem ira aparente. Durante o jogo, apanha sem dó nem piedade, mas é incapaz de revidar. E não pode ver uma criança por perto, que já sai correndo para entregar uma camisa, dar um autógrafo, tirar uma foto, carregar no colo ou abraçar. Na chegada da delegação atleticana ao hotel no Rio de Janeiro, para o jogo contra o vice-campeão Flamengo (putz, que delícia poder dizer isso!!), foi o único jogador que se dirigiu à grade, que separava os torcedores, para dizer um oi pra a galera.
O que era mantra se tornou realidade, e agora todos sabem que, no Galo, 'entra jogador, sai torcedor'. Hulk, ao que parece, nem bem chegou, está longe de sair, mas já é Galo Doido doente. Seu pai, então, aquela figuraça, parece ter nascido em uma família atleticana dos idos de 1908. Que sorte a nossa! Em menos de dez anos, dois gigantes - em campo e fora dele.
Aí, Givanildo, você é o cara, viu? Obrigado pacarai por ser quem é e por nos dar o privilégio de te ver e poder gritar, pulando feito macaco com overdose de energético, 'Hulk, Hulk, Hulk, Hulk, Hulk'. Parabéns, bi-campeão!