Jornal Estado de Minas

OPINIÃO SEM MEDO

Nem todo bolsonarista é antivacina, mas todo antivacina é bolsonarista

Após três anos de negacionismo explícito, preconceitos, mentiras diárias, rachadinhas, mansões milionárias, panetones de chocolate, Queiroz, Micheques, tentativas de golpe de Estado, psicopatia desenfreada, inflação descontrolada, desemprego recorde, apoio irrestrito à corrupção, cumplicidade com o centrão, destruição da Lava Jato, gastos estratosféricos com o cartão corporativo da Presidência, negligência sanitária, desprezo pela sociedade, associação com o coronavírus, isolacionismo internacional e cumplicidade com as piores práticas políticas, só acredita e apoia Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, quem ou é semelhante a ele ou vive em outra galáxia que não é a Via Láctea.





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O bolsonarismo representa o que há de mais insano e grotesco no Brasil, superando, inclusive, a cleptocracia sindicalista do lulopetismo, responsável, aliás, pelo movimento de ódio que alçou o verme Bolsonaro ao poder maior do País.

Sim, o sociopata homicida jamais teria chegado aonde chegou se Lula, o meliante de São Bernardo, e seus bandoleiros cúmplices (PT e companhia) não tivessem iniciado e investido na cisão social do Brasil e assaltado com tamanho furor e despudor os cofres da nação. Lulopetismo e bolsonarismo são cepas gêmeas do pior e mais mortal de todos os vírus políticos: o populismo autocrata, corporativista e assistencialista.

Faz parte do bolsonarismo e de outros grupos extremistas (de direita) ao redor do mundo, o abraço cego a teses inverossímeis, criadas por gurus sedizentes pensadores e intelectuais, de modo a unir a massa (manada) contra inimigos imaginários e ‘conspirações comunistas e globalistas’.



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Gente à toa e medíocre, em diversos aspectos; relativamente bem, economicamente falando; de meia idade ou já idosa; predominantemente branca e devota às religiões cristãs; violenta, intolerante, racista e preconceituosa, une-se em torno de propósitos e objetivos supremacistas e obscuros, tornando a vida das ‘pessoas normais’ um verdadeiro inferno sobre a Terra - em nome de Jesus, é claro.

COVID-19 E VACINAS

As novas taras, os novos fetiches globais dessa horda imunda são a COVID19 e as vacinas. No começo, ou não acreditavam ou menosprezavam a doença. Em seguida, passaram a buscar um culpado (a China) e um motivo (o comunismo querendo dominar o mundo). Após, veio o combate ferrenho às medidas sanitárias, que chamam de instrumentos de controle social, que produzem caos apocalíptico (fome, miséria, saques, guerras urbanas…).

Hoje, a fixação é com as vacinas, ‘fonte de trilhões de dólares para os laboratórios globalistas, comunistas, chineses, do inferno’. Amanhã, bem, amanhã Olavo de Carvalho inventará outra besteira e o gado irá mugir ‘amém’.





Vacinas matam. Vacinas são experimentos. Vacinas carregam chips. Vacinas irão causar todo tipo de doença no futuro. Vacinas são instrumentos de dominação. Vacinas foram inventadas pelos chineses, que espalharam o vírus. Vacinas são do Doria. Vacinas não funcionam. Vacinas são lágrimas do demônio. Vacinas causam suicídio e invalidez. Vacinas causam aids. Vacinas devem ser combatidas.

Cerca de 20% a 30% da população mundial, em média, acredita nessas barbaridades e ou não se vacinaram ou não pretendem se vacinar. São estes merdas inúteis que atrasam o fim da pandemia, que superlotam os hospitais, que aumentam o contágio e que, no limite, matam pessoas. 

Nem todo bolsonarista é antivacina, mas todo antivacina é bolsonarista. Causa e efeito, aqui, se misturam, e encontram no amigão do Queiroz o líder para seus devaneios infantis, egoístas e subalternos. É uma gente que nasceu para ser mandada e pisoteada, ainda que de forma inconsciente (Freud explica muito bem).

Minoria absoluta - em alguns casos, muito mais do que minoria, como mostra o número de idosos com 66 anos que não se vacinou (apenas 2%, dentre eles, claro, Jair Bolsonaro) - no Brasil, vêm sendo cada vez mais combatidos e isolados da civilização, o que é ótimo, pois lugar de selvagens, como tenho dito, é na jaula ou nas cavernas, e não espalhando vírus impunemente por aí.




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