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Estado de Minas OPINIÃO SEM MEDO

Bolsonaros e bolsonazistas querem o Brasil livre de gente 'imperfeita'

Obscurantistas, negacionistas, preconceituosos, racistas, xenófobos, retrógrados e profundamente ignorantes


06/02/2022 07:08 - atualizado 06/02/2022 07:25

Às gargalhadas, ministra Damares aplaude o abraço de Bolsonaro e Michelle, que também riem
Ministra Damares com Bolsonaro e Michelle: 'Tudo em nome de Jesus, é claro' (foto: PR/Divulgação)
Em mais dois episódios de puro ódio contra grupos humanos, Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, e seu filho Eduardo, Dudu Bananinha, ocorridos nesta semana que passou, dão mostras, cada vez mais inequívocas, do que são, como são e o que querem para o País.

Dias atrás, o devoto da cloroquina, pretendendo fingir que é um ‘homem do povo’, protagonizou uma cena asquerosa, onde atacava asinhas de frango com uma fúria selvagem, similar a de um vira-latas faminto, e cuspia farofa por todos os lados.

Era uma cena fake, claro, fabricada pelo ‘gênio’ do marketing Carlos Bolsonaro, o Carluxo, arruaceiro digital que finge ser vereador no Rio de Janeiro. Porém, o recado era muito claro: nós pensamos (os Bolsonaros) que o povo (os pobres) são como porcos famintos.

NORDESTINOS

Naquele ‘freak show’ a que chama de ‘live’, o maníaco do tratamento precoce, quinta-feira passada, chamou os nordestinos de ‘pau-de-arara’. Para quem não sabe, o termo refere-se aos caminhões lotados, que traziam os retirantes da seca do nordeste ao sudeste do Brasil.

O presidente da República, ou seja, o mandatário de toda a nação, considera parte dos brasileiros uma categoria inferior, uma espécie de sub-raça. E não. Não são apenas nas palavras que ele demonstra todo seu desprezo pelo povo pobre nordestino.

No começo do ano, enquanto a Bahia submergia sob enchentes históricas, que mataram dezenas de pessoas e desabrigaram milhares, o patriarca do clã das rachadinhas passeava de jet ski e frequentava um parque de diversões em Santa Catarina.

ÍNDIOS E NEGROS

Racista e higienista, Jair Bolsonaro, diversas vezes, manifestou publicamente seu potencial desumano. Anos atrás, declarou que os índios brasileiros deveriam ter sido exterminados como os dos Estados Unidos, pois assim não nos causariam tantos problemas.

Sobre negros, o ‘mito’ chegou ao cúmulo do racismo, ao comparar um garoto quilombola com animais de corte, dizendo que o peso do rapaz media-se em arroubas. Imaginem, senhoras e senhores, se o alvo da barbárie fosse um filho ou uma filha de vocês.  

Desde o início da pandemia, o negacionismo e o descaso do governo federal atingiram estes dois grupos (negros e índios) violentamente. Além deles, outro alvo da crueldade bolsonazista foram os doentes crônicos e os idosos, que ‘vão morrer de qualquer jeito’.

MULHERES E GAYS

Alvos prediletos da família das mansões milionárias e dos panetones (uma nova espécie de laranja), mulheres e homossexuais são atacados com extrema frequência e agressividade. Bolsonaro-pai, por exemplo, já disse preferir um filho morto a um filho gay.

Dudu Bananinha, exímio fritador de hambúrguer, que queria ser embaixador nos EUA, disse que o acidente ocorrido na obra do metrô em São Paulo, semana passada, foi por culpa da política de inclusão feminina da empresa responsável pela construção.

Sim. Para o deputado federal, ao contratar muitas mulheres a empreiteira perdeu eficiência e segurança, já que ‘engenharia é um campo tradicionalmente ocupado por homens’. Falem a verdade: o cara é um verme repugnante, não é mesmo?

BOLSOLÂNDIA

No país ideal dessa gente imunda, só haveria espaço para homens e mulheres brancos, bonitos e em forma, evangélicos - no mínimo, católicos e judeus -, de extrema-direita, e que, de preferência, abominassem o resto da humanidade inferior.

No caso das mulheres, o espaço seria reservado à subserviência, como a praticada por Carla Zambelli, deputada bolsonarista que outro dia ouviu um ‘fica calada aí’, em público, durante uma entrevista do seu dono, e de fato ficou caladinha, caladinha.

Já pretos, gays, índios, esquerdistas etc., seriam relegados aos trabalhos escravos, a fim de bancarem as motociatas, férias na praia, viagens a Dubai e os gastos ilimitados do cartão corporativo da Presidência da República. Afinal, serviriam para o que mais?

MICHELLES E DAMARES

Ah! As vacinas seriam banidas e a cloroquina seria a cura universal, ao lado de cultos religiosos ao deus Olavo de Carvalho, sempre ‘em línguas’, como naquela cena dantesca da primeira-dama, em transe, comemorando a nova boquinha oficial de um amigo.

Primeira-dama, aliás, que recebeu 90 mil reais em cheques de um casal miliciano, e que intercedeu junto à Caixa para que amigos interessados em empréstimos fossem atendidos de forma, digamos, melhor do que nós, seres inferiores. Tudo em nome de Jesus, é claro.

E por falar nisso - seres inferiores e Jesus -, Damares Alves, a ministra de alguma coisa, descobriu a solução para um problema histórico no Brasil; a gravidez na adolescência. Irá proibir o aplicativo Tik Tok, trocando-o por orações sob goiabeiras sagradas.

ELEIÇÕES E FUTURO

No momento, nada é mais importante do que banir a seita bolsonazista do poder. Essa gente precisa ser, nesta ordem: expelida, interditada (ou presa) e impedida politicamente. A civilização e o Estado de Direito não podem mais aturar esse tipo de bárbaros.

Lula, o meliante de São Bernardo, e o lulopetismo não são, não foram nem jamais serão a solução de nossos inúmeros problemas. É uma espécie diferente de mal, e nada mais. Espero, inclusive, que não sejam a única alternativa ao bolsonazismo odiento.

O  líder da quadrilha do mensalão e do petrolão não gosta da elite branca de olhos azuis. Já o Bolsonazi não gosta de pretos, gays e mulheres. O eleitor brasileiro bem que poderia abrir os olhos e passar a não gostar de políticos que não gostam de gente. Ou melhor, que não gostam… da gente.

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