Jornal Estado de Minas

RICARDO KERTZMAN

O correto rigor com Monark, ex-Flow, não é visto com Lula e Bolsonaro

O miliciano Fabrício Queiroz, amigo de décadas de Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, e operador confesso das rachadinhas do senador das mansões e dos panetones milionários, pretende sair candidato a deputado federal, com o apoio efusivo de bolsonaristas próximos, e também dos eleitores cariocas, que o abraçaram e festejaram durante as manifestações golpistas de 7 de setembro de 2020.





Lula da Silva, o meliante de São Bernardo, tido como o líder da quadrilha do mensalão e do petrolão pelo MPF - Ministério Público Federal -, condenado em duas instâncias por um juiz e três desembargadores federais, por corrupção e lavagem de dinheiro, condenações que foram ratificadas por cinco ministros do STJ - Superior Tribunal de Justiça -, é o favorito a vencer as eleições presidenciais deste ano.

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Arthur Lira, atual presidente da Câmara dos Deputados e principal aliado do governo federal no Congresso, foi duplamente condenado em Alagoas, por improbidade administrativa, em casos de corrupção ocorridos na Assembléia daquele estado, quando ainda era deputado por lá. Lira só encontra-se em mandato parlamentar, porque um de seus processos está ‘estacionado’ há mais de cinco anos.

Jair Bolsonaro, o devoto da cloroquina, a despeito de tudo o que fez em três anos de puro desgoverno, mantém cerca de 20% de popularidade entre o eleitorado. Já no campo da imoralidade e improbidade, como seus parceiros Lira e Queiroz, o maníaco do tratamento precoce coleciona feitos grandiosos, como nomear para a Casa Civil do governo o ‘ilibado’ Ciro Nogueira e condecorar assassinos de aluguel.





Bruno Aiub, o Monark, do Flow Podcast, é ignorante, iletrado, limitado, pouco fluente, paupérrimo em lógica elementar, sofrível no manuseio do vernáculo, culturalmente cego, surdo e mudo, enfim, um burro crasso, que vomita porcarias em série para milhões de pessoas no Youtube, e que, mais uma vez, bêbado, drogado ou sei lá o que, se expressou de forma leviana, rasteira e destrambelhada.

Os políticos acima, a despeito dos inúmeros e gravíssimos crimes e atos que cometeram - e que cometem -, tendo ou não sido alvos de inquéritos, processos e condenações, contam com a simpatia, idolatria e os milhões de votos, de centenas de milhões de brasileiros, que simplesmente ‘não estão nem aí’ para o que estes sujeitos, que tanto lhes prejudicam as vidas, fizeram, fazem ou farão nos anos vindouros.

Já Monark, após ter verbalizado - bêbado! - outra de suas diarreias mentais, foi execrado nacionalmente, enxovalhado por todos, tratado como o maior criminoso do País, acusado de antissemitismo e nazismo (sem quaisquer provas para tanto), e acaba de ver decretado o fim de sua breve e extraordinariamente bem-sucedida carreira de comunicador. Tudo por causa de um gravíssimo deslize de pensamento e fala.





Monark não é - e todos sabem disso - nazista ou racista. Jamais fez algo que o incrimine, a não ser frases desconexas e truncadas, que não refletem seu comportamento. Mas já era, dançou, foi pro saco! Jair Bolsonaro, ao contrário, comparou um negro a animal de corte; lamentou o não extermínio dos índios no Brasil; afirmou que prefere um filho morto a um filho gay, e continua, tranquilamente, presidindo o País.

Lula já fez inúmeras piadas homofóbicas e machistas. Grosseiramente, referiu-se a colegas de partido como ‘mulheres de grelo duro’. Financiou, com o dinheiro roubado dos brasileiros, ditadores e terroristas internacionais, chamando-os de irmãos. Liderou o maior esquema de corrupção que se tem notícia na história do ocidente democrático. E tudo bem! Graças ao STF e a milhões de eleitores, será presidente outra vez.

Monark errou feio. E não foi a primeira vez. Pagou, está pagando e pagará muito caro por isso, ainda que o preço seja excessivamente alto e injusto, pois suas falas não condizem com suas atitudes. É um garoto bobo e maconheiro, sim, mas é do bem. Infelizmente, os brasileiros não têm o mesmo rigor com os políticos. Monark não ferra o País. Políticos, sim. O Flow perdeu patrocinadores. Os políticos não perdem eleitores nem financiadores. Nunca.