Historicamente, os melhores times do Flamengo misturavam juízes, bandeirinhas e importantes dirigentes da CBD/CBF e Rede Globo. Até consigo escalar o maior de todos: Aragão, Wright, Rosa Martins, Arnaldo César e Símon. Almirante Nunes, Roberto Marinho e Cláudio Coutinho. Ricardo Teixeira, PC Oliveira e Zico - o único jogador que merece figurar nesta seleção extra-campo.
Durante anos, Atlético e Flamengo protagonizaram a maior rivalidade interestadual do País. E os cariocas, até este domingo glorioso, sempre ajudados fora das quatro linhas, se deram bem. Em 1980, uma inversão de ‘mando de campo’ asquerosa transferiu a partida final do campeonato brasileiro para o Maracanã, onde José de Assis Aragão e Carlos Sérgio Rosa Martins, respectivamente, juiz e auxiliar, operaram descaradamente o Galo.
Em 1981, outro assalto ao apito armado. A partida extra, após uma vitória de cada equipe, que decidiria uma vaga para as finais da Libertadores, disputada em Goiânia (GO), foi suspensa ainda na primeira etapa após o árbitro mais 'filho da puta’ deste planeta, José Roberto Wright, o Rato, ter expulsado meio time do Atlético, escancarando de vez o conluio criminoso entre Flamengo, Globo e CBD/CBF.
Durante as décadas de 1980 e 1990, o Flamengo foi auxiliado descaradamente em diversos jogos contra o Galo; e não é choro de perdedor, não. Os vídeos dos maiores escândalos estão disponíveis no youtube para quem duvidar. Em 1987, como outro exemplo, na semifinal da Copa União, a vitória dos cariocas só ocorreu após a expulsão de Paulo Roberto, lateral do Galo, ainda no primeiro tempo.
Eis que trinta, quarenta anos depois de todas essas seguidas infâmias desportivas, Atlético e Flamengo voltaram a ser, ao lado do Palmeiras, os grandes protagonistas do futebol nacional. Porém, os tempos mudaram. A profissionalização dos clubes e as fortunas despejadas por patrocinadores alteraram radicalmente - ainda que não completamente - o cenário que vigorava até poucos anos atrás.
Atualmente, favorecer (roubar) descaradamente um clube (Flamengo) é muito mais difícil. Após o VAR, então, tornou-se quase impossível (quase!!). Em 2020, não fomos campeões nacionais por três míseros pontos. Em 2021, finalmente, após cinquenta anos de espera e injustiças irreparáveis, conquistamos o bicampeonato e deixamos os urubus em segundo lugar no Nacional, chorando com seus comparsas.
Neste domingo, vimos a ‘pá-de-cal’ da justiça! A prova de que, em disputas justas, sem interferência extra-campo, até a sorte, que histórica e costumeiramente caminha longe da Cidade do Galo, dá as caras, e o Atlético sagrou-se campeão da Supercopa do Brasil. Aliás, não poderia ser diferente, já que ganhou as duas competições nacionais ano passado. Esse título vem reparar, minimamente que seja, tudo que aconteceu.
Em tempo: na Copa União de 1987, que citei acima, o Atlético foi campeão invicto dos dois turnos, e deveria ter seguido diretamente para a final, mas uma ‘falha’ do regulamento, que não previu tal possibilidade, colocou o Flamengo, no dedaço!!, em nosso caminho. Nesta Supercopa, o regulamento previa a inclusão dos cariocas, mas só. Nada de juiz amigo, nada de CBF (apenas uma ‘ajudinha’ no local da partida - Cuiabá), com o VAR de olho, deu no que deu: Galo Supercampeão do Brasil.
‘Mas, Ricardo, não vai falar nada sobre o 2x2 espetacular entre o CSA-MG e o Villa Nova'? É claro que não. Eu, hein! Fui.