Se você quer ser trouxa, ok, vá fundo, é um direito seu. Mas não precisa babar tanto, pô! A inflação oficial no Brasil ronda os 12% ao ano, e com viés de alta. O desemprego segue na casa dos 13 milhões de desocupados (gente que procura emprego). Os juros - taxa selic - encontram-se hoje em 10.75% ao ano, também com viés de alta.
Desde o início deste desgoverno, a gasolina subiu mais de 150%. O Óleo diesel e o gás de cozinha seguiram o mesmo caminho, e a energia elétrica, também, o que obrigou muita gente a recorrer à lenha (para cozinhar) e à vela (para iluminar).
A inflação de alimentos é a mais alta em mais de 20 anos. O consumo de proteína animal é o mais baixo em 25 anos. Cerca de 120 milhões de brasileiros encontram-se em estado de insegurança alimentar, ou seja, não comem adequadamente todos os dias.
O real é uma das moedas que mais se desvalorizou no mundo nos últimos três anos. O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro está empacado, como empacados estão o consumo das famílias e a renda per capita - esta, em franca curva descendente.
Bom, ainda assim, sabe-se lá o porquê, as últimas pesquisas eleitorais mostram uma firme resiliência da popularidade de Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto. Cerca de 25% a 30% dos eleitores mantêm-se dispostos a reeleger o 'mito’ em novembro.
Porém, ainda mais surpreendente, é a avaliação da população sobre os rumos da economia. O fato de o principal oponente - e atualmente favorito - eleitoral ser o meliante de São Bernardo, explica a intenção de voto, sim, mas… a economia?
Uma coisa é o bolsonarista fanático, ou antipetista fervoroso, votar no devoto da cloroquina, pois há várias questões envolvidas nesta escolha - principalmente a péssima alternativa. Agora, outra, bem diferente, é considerar que, economicamente, vamos bem.
A cegueira eleitoral e o fanatismo pelo messiânico da vez - já foi Lula e hoje é Bolsonaro - são dois dos principais motivos deste estado miserável em que nos encontramos. As pessoas não são capazes de avaliar os políticos de maneira minimamente realista.
A maioria absoluta dos eleitores está sempre atrás de um pai, de um salvador, e não admitem nem sequer enxergar as falhas gritantes - erros e crimes grotescos, muitas vezes - simplesmente por preguiça, orgulho e teimosia. Ou tudo junto e misturado
Você pode ser bolsominion e votar no patriarca do clã das rachadinhas quantas vezes quiser, principalmente, se o oponente for um líder de quadrilha ladrão. Agora, diante da situação do país, considerar que, financeiramente, está tudo bem, aí não dá, né?
Dizer que a economia está no caminho certo equivale a dizer que a impunidade está acabando e que a luta contra a corrupção está indo bem. Se você quer ser um trouxa, ok, vá fundo. Ainda que ferre muita gente, é um direito seu. Mas não precisa babar tanto, pô.