Governador de São Paulo, João Doria mostrou nesta quinta-feira passada, dia 31 de março, o verdadeiro espírito - de porco! - que move a maioria absoluta dos nossos políticos. Sem qualquer pudor, o 'calça apertada' simplesmente admitiu que blefou, que deu 'um aplique' no partido, nos correligionários, nos eleitores, na imprensa... no Brasil.
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Política em ebulição! Tá complicado? Eu explicoFinalmente, ao que parece, caiu a ficha de João Doria; tchau, queridoNova secretária de saúde de BH é alvo de agressão gratuita e reveladoraLula e 3a via: 'O que essas pessoas fizeram?' Bom, digo o que não fizeramSimone Tebet, Eduardo Leite e Sergio Moro: agora sim dá pra sonharEduardo Bolsonaro ataca jornalista da Globo de modo cruel e inaceitávelDoria, pela manhã, fez chegar a todos os veículos de comunicação que havia desistido da corrida ao Planalto. Mais: fez espalhar a história de que havia surtado diante de seus principais assessores: 'nunca o vi tão bravo e descontrolado assim', afirmou um cúmplice da mentira juvenil do governador mais vaidoso, egoísta e egocêntrico de São Paulo.
Após o almoço, e após monopolizar as notícias políticas durante horas a fio, o meninão botocado 'vazou' novas informações e, no fim do dia, renunciou ao governo do estado, confirmando que pretende disputar a Presidência da República pelo PSDB, já que venceu as prévias do partido contra Eduardo Leite, ex-governador do Rio Grande do Sul.
Apesar do ótimo governo e dos belos resultados na economia e na Saúde, principalmente, João Doria é simplesmente odiado pelos paulistas e por ampla parcela do eleitorado nacional. Para piorar, é conhecido por suas traições partidárias e pelo marketing pessoal exacerbado. Assim, nem o mundo político - inclusive os tucanos - o tolera.
Com o movimento, o tucano conseguiu, através de um comunicado oficial, que o PSDB confirmasse apoio à sua candidatura. Porém, lado oposto, atraiu mais ojeriza dentro do partido, o que poderá lhe ser fatal na convenção de 31 de maio próximo, quando será oficializado o candidato ao Planalto. Eduardo Leite está no páreo mais do que nunca!
Moro
Sergio Moro foi outro pré-candidato que se movimentou bastante essa semana. Também na quinta-feira, o ex-juiz trocou o Podemos pelo União Brasil, de Luciano Bivar, que através de uma nota deixou claro que ele disputaria uma vaga na Câmara dos Deputados: 'Moro tem tudo para ser o deputado federal mais votado da história do Brasil'. Resolvido?
O próprio ex-ministro, em declarações por escrito, sinalizou 'desprendimento' e 'espírito coletivo' em prol do País, contra a 'polarização danosa' entre Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, e Lula da Silva, o meliante de São Bernardo. A leitura feita por todos foi uma só: Sergio Moro abrira mão de sua candidatura em favor de um candidato único.
Pois não é que nesta sexta-feira, primeiro de abril - o dia da mentira -, em São Paulo, em pronunciamento feito em um hotel da cidade, Moro desmentiu que irá concorrer à Câmara, e afirmou que segue na condição de pré-candidato à Presidência da República: 'coloquei meu nome à disposição do País e jamais desistirei de um Brasil melhor'. E continuou:
'Filiei-me ao União Brasil com a intenção de auxiliar a unificação do centro democrático, exigência para derrotar o populismo e radicalismo que ameaçam a nação. Meu movimento político exigiu desprendimento e humildade. Não foi a escolha de um atalho fácil, mas de um caminho longo e árduo. Mas, reafirmo: sinto-me agora mais fortalecido'.
Eis aí. O algoz dos maiores picaretas da política e do mega empresariado do País, assim como o ex-governador João Doria, desistiu de... desistir! Se é que, em algum momento, chegou mesmo a pensar nisso. O fato é que o tabuleiro em que se movem Eduardo Leite, Simone Tebet e Sergio Moro se mostra uma alucinante montanha-russa eleitoral.
Bolsolula
Enquanto os amadores escorregam, os 'profissas' se divertem, ainda que mais preocupados do que antes e menos confortáveis também. O chefe dos bandos do mensalão e do petrolão sabe que não há eleição ganha antes da hora, e o patriarca do clã das rachadinhas vê suas chances remotas aumentarem um pouco.
Os votos de Moro, se voltar a desistir - o que é bem possível, sim - devem seguir difusos entre quaisquer candidatos que representem ameaça ao binômio dos horrores, Lula- Bolsonaro. Por outro lado, se seguir em frente, poderá - e deverá - agregar seus colegas do tal centro democrático - atenção: João Doria não faz parte dessa turma nem nunca fará!
Por enquanto, 'bolsolula' segue favorito ao segundo turno das eleições de outubro e novembro que vêm. Seus opositores não apenas não decolam, como produzem trapalhadas em série, tornando mais fácil a vida dos dois piores candidatos possíveis, infelizmente, sabe-se lá o maldito porquê, preferidos e amados pelo grande público.
Se o trio Moro-Leite-Tebet se acertar, lançando a candidatura de uma 'dupla de três', as favas eleitorais talvez não estejam mais contadas, e ou Lula, ou Bolsonaro, passaria a correr, um dos dois, sérios riscos. Tal possibilidade é fato ou torcida? Ambos. Não escondo meu asco pela corja do bolsopetismo nem muito menos minha predileção por Leite e Tebet.