Por alguma razão que não compreendo, milhões de leitores Brasil (e até mesmo mundo) afora - especificamente 16.5 milhões deles - me acompanharam durante 2021 e visitaram meus textos no Estado de Minas Digital, Portal UAI e site da revista IstoÉ mais de 50 milhões de vezes, um resultado espetacular para um ‘não-jornalista’, que me coloca dentre os mais lidos destes veículos de comunicação e mesmo do País.
Diante deste sonoro ‘sucesso’, já há alguns anos, um monte de políticos costuma fazer contato comigo, sobretudo de Belo Horizonte, minha cidade (quase) natal - sou de Brasília, DF. Por três vezes, desde então, fui solenemente enganado, ou melhor, feito de trouxa por estes, digamos, anormais. Sim, políticos não são pessoas normais, seja para o bem ou para o mal. Aliás, às vezes, eu desconfio que não sejam nem deste planeta.
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impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, através de um amigo comum, me procurou para justificar sua posição. O cara olhou nos meus olhos e me contou a maior lorota do mundo! Eu, tolinho, não só acreditei como, no dia seguinte, publiquei uma coluna meio que me retratando.
Certa vez, o deputado federal Marcelo Aro (Progressistas), após um texto meu o criticando por ficar sobre o muro, na reta final do processo de Depois foi a vez do deputado estadual Mário Henrique (PV), o ‘caixa’. Conhecido por narrar os jogos do Atlético Mineiro, também através de um amigo em comum, me procurou para se explicar. Eu o havia criticado por votar pelo aumento de ICMS sobre os combustíveis, e ele, como Aro, me contou uma lorota qualquer, e lá fui eu ‘me desculpar’. Porém, assim como no caso anterior, logo descobri que fui infantilmente enganado.
Marcelo Aro me disse que havia esperado até o último segundo para declarar seu apoio à cassação da petista, porque tentava convencer outros colegas indecisos, e não para esperar o cenário se consolidar e não ‘ficar vencido’ em caso de opção errada. Já o Caixa me disse que votou induzido ao erro - e acreditei!! -, mas um colega seu me provou o contrário, já que houve dois turnos na ocasião, e ele não foi enganado duas vezes.
Sergio Moro vem tendo seus dias de Ricardo Kertzman. Assim como eu já fui - e de certa forma ainda sou -, o ex-juiz é neófito no mundo da política, por isso tem se tornado um joguete nas mãos dos ‘profissas’ do ramo; dos reis da engabelação. Esses caras conseguem nos convencer que a Terra é plana!. Ora, Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, não convenceu milhões de brasileiros de que a cloroquina funcionava contra a covid-19?
E como desconsiderar a liderança folgada de Lula da Silva, o meliante de São Bernardo, nas pesquisas? O povo brasileiro realmente acredita que ele é inocente e a ‘alma mais honesta deste País’. Como eu disse, essa turma sabe o que dizer e como dizer, e nós, os trouxas, caímos como patinhos. Moro, por sua vez, acreditou nos líderes do Podemos e quebrou a cara. Acreditou nos líderes do União Brasil e… irá quebrar a cara novamente.
O ‘marreco’ precisa fazer como eu e deixar de ser (menos) trouxa. Precisa entender que ainda tem muita estrada até conseguir ‘ler’ o jogo político e as segundas, terceiras, quartas intenções dessa gente. Imaginem vocês: o moço deixou um empregaço nos EUA para tentar ser presidente da República. Antes disso, deixou a carreira de funcionário público federal concursado para se tornar Ministro da Justiça de… Jair Bolsonaro!
Assim como 57 milhões de brasileiros, o paranaense acreditou que o amigão do Queiroz falava sério quando dizia que iria acabar com a corrupção, com o ‘toma lá, dá cá', com a distribuição de cargos e verbas, com o Centrão, etc. Aliás, eu também acreditei. Como já disse, sou trouxa de pai e mãe quando o assunto é acreditar em políticos e promessas. Por isso eu digo: acorde, Moro! Vá cuidar da sua vida e largue essa porcaria toda para lá.