Queridas e queridos, eu errei. E já assumi este erro inúmeras vezes, inclusive e sobretudo publicamente, como faço aqui mais uma vez. Ter votado em Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, no segundo turno de 2018, ainda que por ojeriza cavalar à cleptocracia lulopetista, em ato de puro de desespero, me tornou cúmplice do pior e mais nocivo (des)governo da história do País após a redemocratização.
Errar é humano, não é pecado capital e não torna ninguém pior que o outro. Principalmente quando erramos de boa fé, movidos pelo ímpeto da melhora, da esperança, ou mesmo na tentativa extremada de fuga de algo tão nocivo quanto foi - e é!! - o lulopetismo. Amigos e amigas, chegou a hora de reconhecer (quem ainda não o fez) o terrível engano cometido ao cravar o 17 na urna eletrônica.
Sinto-me extremamente entristecido por me afastar de gente tão querida, mas se tornou impossível, para mim, ombrear torresmo, picanha, cerveja, vinho, jogos do Galo, enfim, momentos de alegria e prazer, ao lado de quem ainda se mantém alinhado a pessoas e práticas comuns ao bolsonarismo: homofobia, preconceito, violência, mentira, corrupção, intolerância, negacionismo, autocracia.
Igualmente, sinto muita saudade dos tempos em que valores como ética, pluralidade, honestidade, liberalismo, modernidade, coletividade - condutas que sempre faltaram às esquerdas brasileiras, sobretudo ao PT e ao meliante de São Bernardo, criador do odiento Nós x Eles, que culminou na polarização que elegeu o atual presidente - eram por nós (eu e muitos de vocês) defendidos com fervor.
Neste momento, escrevo diretamente para quem faz, ou melhor, fez parte da minha vida e hoje não faz mais, mas serve também para todos os milhões de generosos - ou raivosos - leitores que me acompanham Brasil e mundo afora, nas redes sociais, sites da revista IstoÉ e jornal Estado de Minas digital, e Portal UAI: assumam esse terrível erro e reconciliem-se com seus afetos.
Importante: abandonar e execrar Jair Bolsonaro, o patriarca do clã das rachadinhas, não significa, absolutamente, apoiar ou mesmo (eca!) votar no maior ladrão que o País já conheceu. Trata-se tão somente de reconhecer o equívoco e voltar à luz, pois trevas e fanatismo sempre foi o que combatemos. Tudo mais constante, os espero em minha casa, no dia da eleição (segundo turno), para o Churrasco do Voto Nulo. Chega destes trastes!