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Estado de Minas RICARDO KERTZMAN

Pantanal recoloca tiozões e tiazonas do Zap no lugar: vendo novela da Globo

O mundo gira e a Lusitana roda, dizia uma antiga propaganda de TV. Trinta anos depois, tudo como dantes em Banânia


11/05/2022 06:00 - atualizado 11/05/2022 08:02

Atriz Alanis Guillen
A audiência tem sido gigantesca, principalmente dentre quem assistiu à versão original em 1990 (foto: Globo/Divulgação)
Há muita coisa grotesca no bolsonarismo, a começar pelo próprio verdugo do Planalto, mas o pior, ao menos para mim, são os (as) velhotes (as) sem noção, que saem às ruas durante as manifestações golpistas, bancando valentões e valentonas de bengala e prótese no quadril.

Em Belo Horizonte, no último dia primeiro de maio, uma vovozinha dessas deu um bofete em um fotojornalista do jornal Estado de Minas, aproveitando-se da própria decrepitude e senilidade, para não levar o mais que merecido bofete de troco na dentadura sem Corega.


A turma branca, de classe média e da terceira idade é sempre a protagonista na histeria coletiva fascistóide que permeia o bolsonarismo. Essa gente costumava assistir novelas e tricotar até que inventaram as malditas redes sociais geriátricas - sobretudo o Facebook.

Hoje, a turma dos ‘enta’ (quarenta, cinquenta, sessenta…), da qual faço parte com nenhum gosto ou orgulho, transporta-se para a pancadaria virtual e imagina-se, coitada, apta - física e cognitivamente - a sair na porrada em defesa do patriarca do clã das rachadinhas.

Porém, para isso, precisariam de muito Isordil sublingual; desfibrilador; acompanhantes e cuidadores, e uma boa bengala ou andador. Estou sendo jocoso e desrespeitoso com os idosos? Sim. Muito! Mas não todos; apenas com os bolso velhacos sem noção.

Agora acabo de ler que a salvação chegou; o Messias, que não é o devoto da cloroquina, surgiu para nos redimir, ou melhor, para redimir os pés-na-cova bolsonaristas. Trata-se do ‘remake’ da novela Pantanal (Rede Manchete), um sucesso estrondoso à sua época.

A audiência tem sido gigantesca, principalmente dentre quem assistiu à versão original em 1990, ou seja, os tiozões e as tiazonas do Zap. Finalmente tudo voltou ao lugar - barrigões no sofá, de pijama, assistindo novela e fazendo tricô, e não bancando adolescente rebelde nas ruas do País. Aliás, uma dúvida: a Juma é comunista ou só a Globolixo, hein?  

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