Havia dez ou onze anos que um jogador do Atlético não brilhava com a intensidade com que brilhou Givanildo Vieira de Souza, o Hulk paraíba, nosso Hulk, o Hulk da Massa, no jogo desta quinta-feira à noite - gelada como picolé -, contra o ‘Sucos Del Valle’, no salão de festas alvinegro, também conhecido como Mineirão, quando o Galo bateu o time equatoriano por 3x1, com dois gols, ou melhor, duas pinturas do super-herói.
Digo isso porque, desde uma partida pelo Campeonato Brasileiro de 2012 (ou 2013, não me lembro exatamente), contra o Figueirense, no Independência, e o jogo das oitavas de final da Libertadores de 2013, também no Indepa, contra o São Paulo, quando Ronaldinho Gaúcho, o bruxo, renomeou o termo ‘exibição de gala’, elevando-o às alturas do Himalaia, eu e milhões de atleticanos não assistíamos a algo assim, dessa magnitude.
Na boa, Hulk só não fez chover, e gear!, tamanho o frio. O cara chamou o jogo para si, correu 100 minutos, driblou, marcou, prendeu a bola, atraiu a marcação, infernizou a defesa adversária, anotou dois golaços e saiu, muito mais do que ovacionado pela torcida, reverenciado como o melhor atacante brasileiro em atividade, no Brasil e no mundo, mostrando aos Gabigols da vida a diferença entre craque de verdade e goleador de ocasião.
Além das qualidades esportivas superlativas, como técnica e força física, Hulk é um ser humano maravilhoso e exemplo incontestável de atleta nos quesitos familiar e extra-campo, o que contagia todo o grupo de jogadores do Atlético, influenciando na dedicação de cada um. Um sujeito assim tem importância monumental em qualquer seleção, de qualquer país, por mais qualificada que seja. Por que Tite insiste em não convocá-lo, só ele e Deus sabem.
O treinador da Seleção vive dizendo que tem uma dívida com o Atlético e os atleticanos, pois foi um dos principais responsáveis pelo rebaixamento do Clube à série B (e não BBB), em 2005. Pelo visto, Adenor Bachi tá querendo aumentar o passivo com o Galo. Aliás, com os brasileiros, porque abrir mão de Hulk para a Copa do Mundo no Qatar é praticamente um crime de lesa pátria, um atentado terrorista contra o futebol, e talvez a maior burrice - e injustiça! - já vista em todas as Copas. Acorda, Tite! Ainda dá tempo, tchê!