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Estado de Minas OPINIÃO SEM MEDO

Sempre que Bolsonaro abre a boca, exala chorume golpista e empesteia o país

Pela enésima vez desde que assumiu, o Presidente voltou a ameaçar a democracia. Mas não se enganem: é de caso pensado e há método aí


08/06/2022 08:39 - atualizado 08/06/2022 08:51

Bolsonaro faz cara de bravo e gesticula com as mãos
(foto: EVARISTO SA / AFP)
Seria cômico se não fosse trágico. Explico: cômico porque o devoto da cloroquina jamais seria capaz de articular um golpe de Estado minimamente viável, muito menos contaria com apoio que não fosse de meia dúzia de milicos portadores de próteses penianas e brancos ricos da terceira idade, trajando camisa da Seleção Brasileira. Trágico porque, no fim do dia, conseguirá, no mínimo, corroer um pouco mais a democracia, esgarçar um pouco mais o tecido social - através de mais polarização política - e perturbar um pouco mais a atual instabilidade econômica do Brasil.

Nesta terça-feira (7/6), o amigão do Queiroz (aquele miliciano que entupiu a conta bancária da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, com 90 mil reais em cheques, é sempre bom e oportuno lembrar) voltou a desafiar as eleições nacionais, prometendo não entregar a faixa presidencial em caso de derrota; voltou a mentir sobre o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), repetindo a história de ‘sala cofre’ e ‘apuração secreta’; e de forma ainda mais criminosa afirmou que: ‘eu sou do tempo em que eleições se ganhavam quem tinha voto nas urnas. Agora, parece que [quem ganha] é quem tem amigos no TSE’.

As bravatas golpistas foram vomitadas durante um evento intitulado ‘Brasil Pela Vida e Família’. Vida? Seguramente não é a dos 700 mil mortos por covid-19. Família? Qual? A Bolsonaro e suas rachadinhas e mansões? De todo modo, para não se restringir às eleições, a pregação autoritária, para não variar, seguiu com ameaças à imprensa, justamente no Dia da Liberdade de Imprensa! O patriarca do clã das rachadinhas defendeu o fechamento de jornais: não existe tipificação penal para ‘fake news’. Se for para punir, que se feche a imprensa brasileira, uma fábrica de fake news. Em especial Globo e Folha’.

Mas o arruaceiro institucional estava com tudo e sobrou, claro!, para o STF (Supremo Tribunal federal: ‘eu fui do tempo em que decisão do Supremo não se discute, se cumpre. Eu fui desse tempo, mas não sou mais’. Ui, ui, ui… que meda! Da última vez em que se meteu à besta assim, acabou de joelhos, lendo cartinha de arrego e chamando o ‘Xandão’ de ‘jurista e brilhante professor’. O maníaco do tratamento precoce, na falta de governo e sobra de desgoverno, passa os dias criando tretas, para desviar a atenção da calamidade sócio-econômica que causou - e o pior é consegue, né? Olha o exemplo aqui.

Quanto mais as pesquisas indicam a vexatória derrota do sociopata golpista, mais ele investe no caos. Aliás, a impressão que dá é que, muito mais de tumulto eleitoral, o verdugo do Planalto tenta ter sua candidatura cassada. Sim, porque já ficou muito claro que, quanto mais afronta a democracia, mais perde eleitores. Nos poucos períodos em que manteve a bocarra quieta, sua popularidade subiu. Porém, como sabido, jamais de forma constante e suficiente. No caso de uma improvável, ainda que justificada cassação, teria a desculpa perfeita para seu fracasso, e o motivo certo para tentar incendiar o País.

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