Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, arvora-se, fantasiosamente, na condição de chefe de um governo sem corrupção. Nada mais falso, porém. Aliás, duplamente falacioso: ele não é chefe de nada, e sim Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados e líder do centrão; e seu desgoverno, além de muito ruim, coleciona escândalos de malfeitos em série.
Estamos falando de licitações do Exército em que cerveja, picanha, leite condensado e até chicletes são tão superfaturados quanto viagra e prótese peniana. Estamos falando de um Ministério da Saúde às voltas com superfaturamento de vacinas. Estamos falando de um ministro do meio ambiente enroscado - e afastado! - com madeireiros ilegais.
Parece pouco? Bem, que tal um ministro do Turismo (Marcelo Álvaro Antônio), supostamente desviando recursos por meio de candidaturas femininas? Ou o chamado tratoraço, primeiro dos escândalos do não menos escandaloso orçamento secreto, em que tratores e máquinas agrícolas eram comprados por preços até 250% maiores?
Mas não acabou, não! Alguém se lembra de um tal George Divério, superintendente do ministério da Saúde, nomeado pelo pesadelo General Pazuello, que assinou contratos de quase 30 milhões de reais, sem licitação, para reformas em prédios da Pasta, anulados pela própria AGU - Advocacia Geral da União, de tão suspeitos que eram?
Eu já falei das vacinas, né? Então. Covaxin, com 1.000% de sobrepreço. Astrazeneca, com 1 dólar de propina por dose. Ah, já sei: ‘o governo não gastou um centavo nestes casos’. Sim, a maracutaia veio à tona antes. Mas e os ônibus escolares, bancados pelo FNDE (Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação), que custaram o dobro do normal?
E as tais ‘escolas fake’? E os caminhões de lixo? Amigos, neste caso atual do Ministério da Educação, o ministro preso declarou, com todas as letras, à Polícia Federal, que ‘obedecia ordens do presidente’. E os pastores presos frequentavam a sala da Presidência no Palácio do Planalto! Um deles é amigo pessoal do devoto da cloroquina!!
Sem falar nos gastos secretos do cartão corporativo e nos sigilos centenários de dados e informações que impedem a apuração de despesas, contrariando o princípio da ampla transparência. Fica fácil bater no peito e invocar honestidade quando não se permite fiscalizar desonestidade. E este é o padrão do governo do amigão do Queiroz.
Aliás, falando no miliciano, e as rachadinhas, hein? E os ‘micheques’? E o advogado da família Bolsonaro, que mocava o carequinha em seu cafofo de Atibaia? Como se vê, falar é fácil; difícil é ser. E ainda que perto da descomunal cleptocracia lulopetista tudo isso possa parecer pouco, o fato é que, de honesto, este governo não tem absolutamente nada.