Que fique bem claro e incontroverso: o assassinato ocorrido neste sábado (9/7) em Foz do Iguaçu (PR), durante uma festa de aniversário cujo tema da decoração eram Lula e o PT, foi resultado da maluquice e selvageria pessoal de um cretino filho de uma truta. Ponto.
Assim como a tentativa de assassinato de Jair Bolsonaro, durante a campanha de 2018, em Juiz de Fora (MG), foi um ato isolado de um demente (Adélio Bispo), um vagabundo incapaz de viver em sociedade e que deveria ficar preso para sempre. Ponto número dois.
O assassino do Paraná, contudo, foi estimulado, sim, pelas palavras agressivas dos bolsonaristas contra as esquerdas em geral: ‘temos de fuzilar os petistas’ e ‘vamos varrer a esquerda do Brasil’ - são frases ditas pelo próprio Jair Bolsonaro e repetidas por sua claque.
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Porém, da mesma forma que não se pode relativizar o assassinato de agora, imputando a violência ao comportamento pregresso do lulopetismo, não deveria ter sido relativizado o atentado à faca, quatro anos atrás, imputando o crime ao comportamento do bolsonarismo.
Adélio Bispo, confessadamente, agiu sob forte influência do que era dito contra o então candidato Jair Bolsonaro - muitas vezes, mentiras espalhadas pelos petistas -, e resolveu, de próprio punho, impedir a eleição do famigerado ‘ele não’ (lembram-se dessa?).
Com isso, quero dizer que a crispação política e a violência eleitoral, a partir dos próprios agentes políticos, notadamente, neste caso, Lula e Bolsonaro, são fomentadores do ódio, que, por vezes, extrapola a agressão física e verbal, e termina em morte - ou quase morte.
LULOPETISMO
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O lulopetismo protagonizou, durante anos a fio, episódios de violência contra seus opositores. Aliás, seus aparelhos extremistas como MST e MTST, além de CUT e afins, eram useiros e vezeiros em espancar, incendiar, invadir e destruir. Estou mentindo?
José Dirceu, um dos maiores criminosos deste País e chefão do PT, aplaudiu e incentivou a surra que seus bate-paus deram no tucano Mário Covas, ex-governador de São Paulo, em 2000. Além do objeto de papelão atirado contra a cabeça de José Serra, em 2010.
Lula é reconhecidamente amigo ou aliado de ditadores, terroristas e facínoras mundo afora. Portanto, não é exagero dizer que a violência faz parte de seu vocabulário político. O próprio PT vive às voltas com assassinatos dentro do partido (Celso Daniel e Toninho).
Durante os leilões de privatização no governo FHC, sindicalistas da CUT agrediram investidores na Bolsa de Valores do Rio. Em Brasília, durante a votação do impeachment de Dilma Rousseff, o PT transformou o gramado do Congresso em Praça de Guerra.
Neste mesmo sábado passado, Lula da Silva, em ato de campanha, agradeceu e elogiou o militante petista que tentou matar um manifestante em frente à sede do PT, em 2018. A vítima foi atirada contra um caminhão em movimento e sofreu sério traumatismo craniano.
BOLSONARISMO
Melhor sorte não nos assiste (os civilizados) quando o tema é Jair Bolsonaro. Ao contrário! Ele e seus fanáticos são ainda mais intolerantes e violentos. Desde antes de sua eleição, o atual presidente da República se mostrava um verdadeiro perigo à segurança dos demais.
Bolsonaro declarou o desejo de extinção dos índios. Disse e repetiu que prefere um filho morto a um filho homossexual. Comparou um negro a gado de corte. Condecorou um assassino de aluguel e idolatra, com fervor, torturadores e tortura. Além de ditadura.
Com sua influência em um gigantesco estrato da sociedade, que pensa e age como ele, ajudou a eleger, Brasil afora, um séquito de selvagens semelhantes, que pregam o ódio por onde passam e estimulam a violência física contra seus opositores políticos.
Seu próprio filho, Carlos Bolsonaro, um arruaceiro digital disfarçado de vereador no Rio de Janeiro, comanda uma unidade cibernética que espalha, além de mentiras e fake news, ataques violentos contra quem considera inimigo (todos que não ajoelham aos seus pés).
Essa gente é ligada às milícias fluminenses, possui tentáculos influentes nas Polícias Civil e Militar de vários estados (e nas Polícias Rodoviárias também), e ainda conta com militares e ex-militares armados por todos os gabinetes e casas parlamentares do País.
Apenas nos últimos dias, além do assassinato deste fim de semana, bolsonaristas atacaram atos de campanha do PT com bombas caseiras. Sem falar no episódio da ‘câmara de gás’, justificado por Bolsonaro, em que policiais assassinaram um rapaz com problemas mentais.
VIOLÊNCIA POLÍTICA E ELEITORAL
Tudo o que descrevi acima é real e facilmente (fartamente!) provado e comprovado. Lula e Bolsonaro criaram seus batalhões de ódio e intolerância, sim, senhores! Lulopetismo e bolsonarismo se fundiram, hoje, em muitos aspectos, em um só: o bolsopetismo.
Toda história triste tem começo, meio e fim. E todos os personagens têm suas responsabilidades no enredo. O bolsonarista que matou o aniversariante petista, como já dito, agiu porque quis (ninguém mandou ou incentivou) e porque é um maldito assassino.
Mas, certamente, acaso seu ‘mito’ não fosse fonte de inspiração, teria freado seus impulsos homicidas. Quero dizer com isso que, a despeito da vontade pessoal, o ambiente contaminou o juízo (ou a falta dele) do delinquente e contribuiu para essa tragédia.
Bolsonaro, não restam dúvidas, é um sujeito violento, sofre de completa falta de empatia e pretende, conforme amplamente dito por ele mesmo, não aceitar o resultado das eleições, que promete lhe ser desfavorável. Daí o perigo extremo que se avizinha ligeiro.
Seus fanáticos nas redes sociais saltaram, faz tempo, para as ruas. Pregam abertamente o golpe e prometem guerra contra o que chamam de comunismo. Imaginar que não haverá mais malucos, como o que matou o rapaz no Paraná, é ser, no mínimo, imprudente.
Tudo o que Jair Bolsonaro e seus cúmplices golpistas mais desejam é um ambiente de violência explícita e sem controle. Seria o motivo ideal para um decreto de Estado de Emergência, ou mesmo de Estado de Sítio. O tão sonhado golpe estaria mais próximo.
Lula e os seus, por ora, mantêm-se espectadores, e não protagonizaram qualquer ato recente de violência. Contudo, o histórico não é abonador. Mais uma vez, portanto, reforço o pedido de cuidado e atenção às autoridades. E, sobretudo, à sociedade civil organizada.