Tem quem passe pela vida fazendo jus a cada minuto do tempo que nos foi dado por aqui. José Eugênio Soares, ou simplesmente, gigantemente Jô, foi um cara assim. Não só aproveitou seus dias, que pareciam infinitos, como desfrutou cada um deles e nos deixou um legado artístico e humorístico imortal.
Freddy Mercury, Einstein, Newton, Garrincha, Maradona, Frank Sinatra, Darwin, Golda Meir, Freud… sempre que me deparo com seus nomes penso na verdadeira imortalidade humana. Há quem viva pouco, como Cazuza, e não morra nunca. Se isso não é ser imortal, que diabos é então?
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Fez o Jô Soares 11h30, o Programa do Jô, a Família trapo, o Viva o Gordo, o Planeta dos Homens, escreveu cinco livros, atuou em vinte e dois filmes, criou e interpretou mais de 250 personagens, muitos deles lembrados até hoje, como o Reizinho, o Capitão Gay, o Zé da Galera, além de bordões como ‘me tira o tubo’ e ‘cala a boca, Batista’.
Jô nasceu no Rio de Janeiro, em 16 de janeiro de 1938. Aos doze anos foi mandado à Suíça para estudar em colégio interno. Ficou até os 17 anos e contou que sofria e chorava muito por causa da solidão, da sua aparência (já era muito gordo), dos seus modos extremamente educados e da sua aptidão artística.
Eu precisaria de 50 colunas gigantescas para descrever 10% da obra deste gigante das artes. E depois de tudo, ainda estaria cometendo injustiças, me esquecendo de alguma coisa. Encerro apenas com lágrimas nos olhos e com uma memória afetiva sem fim, agradecendo pelas gargalhadas e reflexões que me proporcionou.
Na trilogia Senhor dos Anéis, Gandalf, o mago do bem, ensinou: 'Não nos cabe decidir quanto tempo viveremos, mas sim o que faremos com esse tempo que nos é dado'. José Eugênio Soares soube como poucos o que fazer com ele. Valeu demais, Jô! Você foi e será, por muitos anos ainda, 'o cara'.