Jornal Estado de Minas

OPINIÃO SEM MEDO

Cabuloso na Série A: atleticano fanático revela o que está sentindo

Se há atleticano mais doente que eu, desconheço. Igual, há milhões. Por isso, não apenas festejei cada lágrima do sofrimento cruzeirense, como as comemorei com prazer. Mas não há alegria que nunca acabe nem tristeza que para sempre dure. Assim, após quase três anos de muita zoação, chegou o dia de enfiar a crista de Galo no saco e saudar a volta do nosso segundo maior rival à Série A do Campeonato Brasileiro.





Sou pai de uma adolescente atleticana “não praticante”, se é que me entendem. Acho que de tanto assistir ao pai sofrer (na alegria e na tristeza), pois sofro a cada minuto, em cada jogo, pouco importa o placar e a importância da partida, ela nunca se aproximou do Galo. Porém, vez ou outra, ela me pede para ir ao campo, e vê-la ao meu lado e de meus irmãos, sobrinhos e amigos, uniformizada e cantando o hino, me traz um regozijo indescritível.

Essa sensação não me faltou na infância. Meu pai era cruzeirense, mas, mesmo assim, jamais deixou de me levar aos jogos do Atlético. E mais: nos clássicos, ficava comigo e com meus irmãos na arquibancada do Galo. Por isso, ver pais e filhos juntos no Mineirão, no Indepa ou no estádio que seja, me toca sobremaneira e me traz memórias afetivas paternas (como pai e como filho) espetaculares.

Data histórica

Eis aí o motivo pelo qual, sendo bem sincero!, fiquei feliz ontem à noite com a volta do Cruzeiro à primeira divisão. Tenho amigos cruzeirenses queridíssimos, pais de adolescentes, como eu, que merecem voltar a desfrutar do amor pelo clube e do prazer em frequentar os estádios ao lado dos filhos (e dos próprios pais). Merecem, daqui a alguns anos, recordar os momentos que passaram, lado a lado, nas arquibancadas.





Meu pai morreu antes de o Cruzeiro ser rebaixado. Eu e meus irmãos sempre desconfiamos de que não era tão cruzeirense assim, hehe. Se insistíssemos um pouco, acho que “assumiria” ser atleticano. Quando o Atlético ganhava, ligava para a gente e gritava “Galo”. Sei não, Fredo! Ainda assim, esteja onde estiver (se estiver), parabéns procê também. Estávamos com saudade do velho freguês (208 vitórias contra 170 derrotas).

Em tempo: Jader e Mateus; Benny e Nathan; Mauro e Stella; Beto e Bruno; Maurício e Estevão; Georges e companhia (são quatro!!); Ricardo e Ricardinho; Rodrigo e Dora; e mesmo os que não têm filhos, ou que tem, como eu, que não ligam muito para futebol, Gilmar, Breno, Eduardo, Marcelo, Lolli, Botinha, Nanda, Jackye, Ligia, Marcelo(s), Ricardo, Paulo, Salvador, Teco e todos que porventura esteja me esquecendo agora… Parabéns, sejam bem-vindos!